Líder do governo defende Milton Ribeiro no MEC, mas cobra explicações
Ricardo Barros disse que comissões da Câmara não estão instaladas, mas ele “provavelmente” irá esclarecer os supostos favorecimentos
atualizado
Compartilhar notícia
O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, defendeu, nesta quinta-feira (24/3), a permanência do ministro da Educação, Milton Ribeiro, no governo Jair Bolsonaro. Entretanto, cobrou que ele prestes esclarecimentos à Câmara o suposto favorecimento a pastores a pedidos do chefe do Executivo federal.
“Na minha opinião, o ministro da Educação deve permanecer no governo e fazer as explicações que lhe sejam demandadas. Como acontece em todos esses momentos de questionamentos, o ministro vem aqui, discute nas comissões temáticas da Casa e responde aos órgãos de controle. E, ao fim, temos alguma solução”, afirmou Barros.
Com as comissões temáticas sem funcionar, diversos requerimentos de convocação foram protocolados no plenário da Casa. Contudo, para ser analisado no plenário, depende de decisão do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que não incluiu nenhum na pauta desta semana.
“As comissões ainda não estão instaladas, mas ele provavelmente virá. O ministro, certamente, virá e fará os esclarecimentos. Não tenho dúvida de que o ministro tem boa índole, boa conduta e, como disse ele, já manifestou à CGU [Controladoria-Geral da União] preocupação com esse comportamento. À época, a CGU investigou e não encontrou elementos, mas agora, caso novos elementos surjam, medidas poderão ser tomadas contra quem indevidamente que se utiliza do seu trânsito com autoridades”, afirmou.
“Esses momentos de grandes tumultos precisam ser enfrentados”, acrescentou Barros.
Convite ao ministro
Enquanto deputados governistas aproveitam que as comissões não estão instaladas, a Comissão de Educação do Senado aprovou, nesta quinta-feira, convite ao ministro para que ele esclareça o suposto benefício a pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Ribeiro deve comparecer ao colegiado na próxima quinta-feira (31/3).
Em áudios sobre o papel de pastores na destinação de verbas da pasta, revelados pela Folha de S.Paulo, Ribeiro confirma o direcionamento e afirma que faz isso a pedido do presidente Bolsonaro. Os pastores beneficiados não têm cargo e atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do Ministério da Educação (MEC).
“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, afirma o ministro na conversa em que participaram prefeitos e os dois religiosos. Os recursos são geridos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do MEC controlado por políticos do Centrão.