Líder do Centrão, Lira oficializa candidatura à presidência da Câmara
O grupo tem, atualmente, 160 deputados. Eleição interna da Casa ocorre em 1º de fevereiro de 2021
atualizado
Compartilhar notícia
O líder do Centrão, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), tornou oficial nesta quarta-feira (9/12) a candidatura para a presidência da Câmara dos Deputados, com o apoio de PP, PL, PSD, Solidariedade, Avante, Patriota e Pros – o grupo soma 160 deputados. O parlamentar também conta com o Palácio do Planalto.
Tentando se contrapor à gestão do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), Lira disse que fará uma direção diferente, ouvindo e dando voz a todos os partidos e deputados para resgatar a “altivez do Poder Legislativo, sua pluralidade de pensamento e correntes ideológicas”.
“Vamos tocar os próximos dois anos de uma maneira diferente de como a Casa vem sendo administrada. Não que esteja sendo mal administrada, mas cada presidente tem sua maneira de gerir”, disse Lira.
Atualmente com 135 deputados, o Centrão já teve o apoio de cerca de 220. Mas a aproximação de Lira com o governo gerou desgaste no bloco. MDB e DEM desembarcaram no fim de julho; e Pros e PTB, em meados de outubro. Os dois últimos formaram um bloco com o PSL. Agora, contudo, Pros e PTB se somam a Lira, novamente.
Os líderes dos partidos aliados sentaram à mesa com Lira – deputados Wellington Roberto (PL-PB), Fred Costa (Patriotas-MG), Luís Tibé (Avante-MG), Zé Silva (SD-MG), Diego Andrade (PSD-MG), Eros Biondini (Pros-MG) e André Ferreira (PSC-PE) –, destacando a “liderança” e a “lealdade” do candidato do PP.
Lira promete trabalhar para que tenha mulheres ocupando espaços na Mesa Diretora. Disse também que as relatorias serão entregues com base na proporcionalidade e os relatores terão autonomia sobre seus relatórios no plenário.
O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou que o PTB, do ex-deputado federal Roberto Jefferson (RJ), apoiará a candidatura de Lira. Isso deve ser oficializado nos próximos dias.
O parlamentar ainda busca o suporte de partidos da oposição para ampliar o arco de aliança. A ligação com o governo, todavia, é o maior empecilho neste momento. A eleição interna da Casa ocorre em 1º de fevereiro de 2021 e será realizada por meio de voto secreto, o que pode gerar “traições”.
Pré-candidatos
Do outro lado, o grupo que orbita em torno do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem cinco pré-candidatos – os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), Elmar Nascimento (DEM-BA), Luciano Bivar (PSL-PE) e Marcos Pereira (Republicanos-SP). O anúncio deve ocorrer nos próximos dias.
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de ratificar o impedimento de candidatura à reeleição de Maia “zerou o jogo” na visão de alguns parlamentares. Contudo, para outros, deu uma ligeira vantagem a Lira, que já está em campanha, enquanto o outro grupo ainda não definiu quem será o postulante.