Levantamento traz evolução patrimonial acelerada de Bolsonaro e filhos
Ele e os três filhos, que também seguiram carreira política, são donos de 13 imóveis com preço de mercado de, pelo menos, R$ 15 milhões
atualizado
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Pré-candidato à presidência da República, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), 62 anos, e os filhos dele tiveram uma evolução patrimonial incompatível com suas atividades. Quando entrou na política, em 1988, o parlamentar declarou ter apenas um Fiat Panorama, uma moto e dois lotes de pequeno valor em Resende, no interior no Rio de Janeiro, avaliados em pouco mais de R$ 10 mil em dinheiro atual.
Sete mandatos depois, ele e os três filhos, que também seguiram carreira política, são donos de vários imóveis com preço de mercado de, pelo menos, R$ 15 milhões. Até 2008, a família declarava à Justiça Eleitoral bens em torno de R$ 1 milhão, o que incluía apenas três dos atuais 13 imóveis.
A maioria dos bens está localizada em pontos altamente valorizados do Rio de Janeiro, como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca. Além dos imóveis, os bens dos Bolsonaro incluem carros que vão de R$ 45 mil a R$ 105 mil, um jet-ski e aplicações financeiras, em um total de R$ 1,7 milhão, como consta na Justiça Eleitoral e em cartórios.O levantamento foi feito pela Folha de S. Paulo em cartórios e identificou apartamentos e casas, comprados nos últimos dez anos. Segundo a reportagem, o filho mais velho do presidenciável, Flávio, deputado estadual pelo Rio de Janeiro, negociou 19 imóveis nos últimos 13 anos.
Evolução acelerada
Bolsonaro tem cinco filhos. Três são políticos: além de Flávio, Carlos (vereador no Rio desde 2001) e Eduardo (deputado federal desde 2015). Ao todo, os quatro disputaram 19 eleições. Assim como o pai, de acordo com a pesquisa, eles apresentaram evolução patrimonial acelerada.
O presidenciável recebe salário bruto de R$ 33,7 mil como parlamentar (líquido de R$ 24 mil), além de soldo – segundo o Exército, um capitão da reserva na situação de Bolsonaro recebe cerca de R$ 5.600 brutos.
O valor real dos imóveis de toda a família – cinco em nome de Jair Bolsonaro, três de Carlos, dois de Eduardo e três de Flávio – representa cerca do triplo do que a família declarou à Justiça. Não há ilegalidade. A lei exige apenas o informe de bens.
Procurados, Bolsonaro não se manifestou. Flávio informou que estava em viagem ao exterior e se pronunciaria quando retornasse. Carlos garantiu que seu patrimônio é modesto e igual há vários anos.