Léo Pinheiro foi preso de novo por suposta propina a Gim Argello
Empreiteiro havia sido levado para depor coercitivamente na Operação Greenfield e, a pedido do juiz Sérgio Moro, acabou na cadeia mais uma vez por risco às investigações da Lava Jato
atualizado
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Levado para depor coercitivamente na Operação Greenfield, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro foi transferido para Curitiba na segunda-feira (5/9) e acabou preso preventivamente por risco às investigações da Lava Jato. Ele é suspeito de ter pago propina ao ex-senador Gim Argello (PTB-DF) para não ser convocado a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, em 2014.
Ao decretar a prisão, o juiz federal Sergio Moro considerou que surgiram novos fatos e provas contra o empreiteiro. Segundo o magistrado, “o pagamento de propina a parlamentar federal para impedir o funcionamento da CPI é um claro ato de obstrução”.
Moro ainda citou a destruição de contas de e-mail da OAS e o suposto pagamento de propina da empreiteira ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por uma reforma no tríplex do Guarujá (SP).O empreiteiro já havia sido condenado por participação no esquema de corrupção da Petrobras. Ele recorria em liberdade, beneficiado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), e voltou à carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Ele é réu em três outros processos da Lava Jato.
Gim Argello
Gim Argello foi preso em sua casa no Lago Sul, durante a Operação Vitória de Pirro, 28ª fase da Lava Jato, deflagrada em abril deste ano. O nome do ex-senador apareceu na delação de Delcídio do Amaral. Segundo o relato, Gim e outros parlamentares cobravam R$ 5 milhões de empreiteiros investigados na Lava Jato para que eles não fossem chamados para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.
Segundo a PF, as investigações apuram a existência de indícios concretos contra o ex-senador, integrante da CPI do Senado Federal e também da CPMI instaurada no Congresso Nacional, ambas com o objetivo de apurar irregularidades no âmbito da estatal no ano de 2014.
Argello teria atuado de forma incisiva no sentido de evitar a convocação de empreiteiros para prestar depoimento, mediante a cobrança de pagamentos indevidos travestidos de doações eleitorais oficiais em favor dos partidos de sua base de sustentação. (Com informações da TV Globo).