Leite desmente nota do PSDB e Bruno Araújo responde: “Não sou leviano”
O governador de SP, João Doria, por sua vez, saiu em apoio ao presidente tucano: “A democracia interna merece respeito”
atualizado
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Logo após a divulgação de uma nota no PSDB apontando para o próximo domingo (28/11) a conclusão do processo de votação das prévias, após acordo interno, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, desmentiu o partido e disse que não houve concordância de sua candidatura com a perspectiva de contratação de uma empresa privada de tecnologia com o objetivo de concluir a votação por meio de um aplicativo.
“A gente está diante de um impasse. A nota está equivocada. […] Não houve esse acordo, até porque não se tem acordo sobre uma ferramenta que não se conhece”, disse Leite em entrevista na sede de partido.
“Estamos diante de situação totalmente nova. Queríamos que se concluísse esse processo até amanhã [terça] no fim do dia. Agora, não só não vai se concluir como se está querendo mudança da empresa. Pode gerar muitos questionamentos”, afirmou Leite, que ainda alegou ter ficado em uma sala à parte da reunião com os técnicos.
Leite afirmou ainda que só tomou conhecimento da nota do PSDB durante a coletiva de imprensa.
“Olha, eu estou sendo surpreendido pela sua informação, por essa nota, porque, na verdade, não tem nenhum acordo ainda firmado sobre o sistema de votação. Estamos convictos de que venceríamos essas prévias, se fossem concluídas neste domingo. E, infelizmente, o aplicativo não suportou” disse.
Farpas
Em seguida, o presidente do partido, Bruno Araújo, desmentiu o governador, alegando que ele próprio se reuniu com representantes da candidatura de Leite, e com o próprio governador, no início da tarde, e colocou as alternativas previstas no comunicado da legenda.
“Pode até ter havido uma mudança de posição [de Leite], mas obviamente eu não sou nenhum leviano, e, com a responsabilidade que tenho e com tudo que isso que nós estamos vivendo, fazer qualquer tipo de entendimento desse sem ter conversado”, disse o presidente do PSDB.
A divergência entre membros do partido é apenas mais um episódio da série de contratempos envolvendo a escolha dos tucanos de quem vai encarnar a candidatura da sigla ao Palácio do Planalto no próximo ano. No domingo (21/11) a votação não pôde ser concluída devido a falhas apresentadas no aplicativo contratado pelo partido.
Apoio de Doria
Os tucanos não descartam a possibilidade de que o sistema tenha sido alvo de ataque de hackers.
Leite disputa a vaga com o governador de São Paulo, João Doria, que diz concordar com a conclusão da votação no próximo domingo. Ainda está na disputa Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus.
Diante da divergência explícita de Leite com a cúpula do partido, Dória saiu em defesa de Araújo.
Por meio de nota, o governador de São Paulo defendeu os termos da nota divulgada. “A democracia interna exige respeito”, afirmou.
“A campanha do candidato João Doria confirma apoio às soluções anunciadas pelo presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo. A democracia interna exige respeito aos filiados que se cadastraram para votar. Existem soluções para garantir as manifestações de todos os filiados que se inscreveram nas prévias. É preciso concluir o processo eleitoral de consulta interna. Qualquer alternativa que não seja a rápida conclusão da votação é um desrespeito à vontade da maioria partidária. É violentar as prévias. É negar a democracia”, diz a nota.