Lava Jato: Palocci muda de advogado para negociar delação premiada
José Roberto Batochio, criminalista há 50 anos e há 10 com o petista, não aceita patrocínio de causas com colaboração premiada
atualizado
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O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil nos governos Lula e Dilma) decidiu fazer delação premiada. Nesta sexta-feira (12/5), diante da promessa de que ‘muito em breve’ poderá ganhar a liberdade, ele comunicou aseu advogado de confiança, o veterano criminalista José Roberto Batochio, que não precisa mais de sua assistência. As informações são da coluna do jornalista Fausto Macedo, do jornal O Estado de S.Paulo.
Palocci teria comunicado a Batochio que a saída dele da causa foi uma ‘primeira exigência’ da força-tarefa da Lava Jato. Batochio, ‘por princípio’, não defende clientes que fazem delação premiada. Nos últimos meses, o criminalista tem travado um embate tenso com os procuradores do Ministério Público Federal e não desiste de tentar habeas corpus para o ex-ministro no Supremo Tribunal Federal.
Em abril, quando foi interrogado pelo juiz Sérgio Moro na ação penal em que é réu pelo suposto recebimento de R$ 128 milhões em propinas da empreiteira Odebrecht – parte do valor teria sido destinado ao PT -, Palocci acenou claramente a possibilidade de fazer delação. Na ocasião, ele disse ao juiz que tinha informações importantes a revelar que poderiam esticar por mais um ano, pelo menos, os trabalhos da Lava Jato.Batochio defende Palocci há 10 anos. Nesse período conseguiu 12 absolvições do ex-ministro, como no episódio do caseiro Francenildo e na investigação sobre tomate com ervilhas da merenda escolar de Ribeirão Preto, município do qual o petista foi prefeito.
“Palocci não resistiu ao sofrimento psicológico que lhe foi imposto em Guantánamo meridional”, declarou Batochio, referindo-se a Curitiba, base da Lava Jato. A defesa do petista deve ficar agora a cargo de advogados que já atuam na capital paranaense.