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Laudo aponta que assinatura falsa foi utilizada contra processo de cassação de Cunha

O deputado Vinícius Gurgel estava fora de Brasília e intenção era evitar que seu suplente, contrário ao presidente da Câmara, votasse. Para isso, era necessário que ele renunciasse à vaga no Conselho de Ética

atualizado

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eduardo cunha
1 de 1 eduardo cunha - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Laudos grafotécnicos encomendados pelo jornal Folha de S. Paulo apontam que a assinatura do deputado federal Vinícius Gurgel (PR-AP) foi falsificada na tentativa de encerrar o processo de cassação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Peritos consultados pelo jornal asseguraram que a assinatura na carta em que Gurgel renuncia à vaga de titular no Conselho de Ética é uma falsificação “grosseira” e “primária”.

O parlamentar é aliado e voto declarado a favor de Cunha. Ele estava fora de Brasília no dia 1º de março, quando o Conselho de Ética aprovou, por 11 votos a 10, dar sequência ao processo de cassação contra Cunha. O presidente da Câmara queria evitar que o suplente de Gurgel, um deputado do PT e contrário a ele, votasse, mas, para isso, era necessário que Gurgel renunciasse à vaga no Conselho – o que abriria a possibilidade de o PR indicar outro deputado pró-Cunha.

De acordo com a Folha, Cunha esticou a sessão no plenário da Câmara na data com o objetivo de atrasar a votação no Conselho e concluir a troca do parlamentar. A carta de renúncia de Gurgel teria chegado ao Conselho seis minutos antes da indicação de Maurício Quintella Lessa (AL) para a vaga, que votou a favor de Cunha.

O jornal encaminhou para a perícia uma cópia da carta de renúncia e três assinaturas autênticas do deputado. O resultado apontou índices “primários de falsificações gráficas”.

Reação
O deputado federal Vinícius Gurgel (PR-AP) afirmou que deixou diversas cartas de renúncia assinadas em seu gabinete antes de deixar a capital. De acordo com o parlamentar, a falsificação apontada pelos peritos pode ter sido em decorrência da tremedeira por tê-las assinado de ressaca. Gurgel ainda confirmou que o objetivo de ter deixado as cartas assinadas era impedir que o suplente assumisse o cargo e votasse contra Cunha. Com informações da Folha de S. Paulo.

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