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Kátia Abreu diz que jogaria barril em Bolsonaro: “Metido a valentão”

Em entrevista, senadora disse que candidato do PSL odeia mulheres. Ela afirmou ainda considerar “inutilidade” debater aborto na campanha

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Antônio Cruz/ Agência Brasil
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1 de 1 katia abreu dilma - Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil

Candidata a vice pelo PDT na chapa com o presidenciável Ciro Gomes, a senadora Kátia Abreu afirmou em entrevista publicada nesta sexta-feira (31/8) que jogaria “um barril” no candidato Jair Bolsonaro (PSL), a quem chamou de “metido a valentão”. A declaração foi dada em entrevista à plataforma Universa, enquanto rememorava a noite em que arremessou uma taça de vinho no senador José Serra (PSDB-SP), depois que ele a chamou de “namoradeira”.

Um dos grandes nomes do agronegócio no país, a senadora também afirma considerar “uma inutilidade” debater a questão do aborto em uma campanha presidencial, mas prometeu “fazer pressão” pelas mulheres caso seja eleita.

“Queria jogar um barril no Bolsonaro. O que é aquilo? Ele odeia mulheres. O que ele fala de mulher leva à barbárie, é um negócio da Idade Média. As mulheres não estão vendo isso? Nunca tive bandeira feminista, mas me sinto profundamente ofendida a cada palavra daquele cidadão. Metido a vlaentão, se acha o máximo. Agora, queria que o Bolsonaro disputasse com o Ciro”, disse a senadora.

Ao classificar como uma “inutilidade” a temática do aborto em uma campanha presidencial, a candidata a vice se justificou e disse considerar suficiente a legislação em vigor. “Isso não vai depender do Executivo, mas do Legislativo. Sou candidata à Vice-Presidência, não a juiz”, afirmou. “Mas não gostaria de ver mulher presa por isso”, ponderou.

Questionada sobre como poderia atuar em decisões voltadas para mulheres na condição de vice-presidente, Kátia Abreu disse que nada a impediria de ir a todas as secretarias de segurança do país e ao Judiciário pedir estatísticas e formular uma política de segurança pública. Conforme destacou, cerca de somente dez estados tem informações sobre crimes de feminicídio, definido por ela como “sinônimo de primitivismo”. “As mulheres são silenciosas e não tem pressão por elas. Eu vou colocar essa pressão e posso fazer isso de forma institucional e democrática, sem grito, sem rasgar sutiã, nem nada disso”.

Lembrando ter vivido na pele a falta de segurança no campo, a candidata afirmou que no campo não existe policiamento. “Quando discordo de produtores rurais ficarem sem arma nas fazendas, não estou falando de litígio, mas de proteção pessoal. Se morre um sem-terra e 200 fazendeiros, a opinião pública fica do lado do sem-terra”, disse. “Fiquei viúva com 25 anos, dois filhos pequenos e uma na barriga, sozinha, numa fazenda longe de tudo. Deixava arma dentro do carro, em casa. Nunca dei tiro. Nem de treinamento”, completou.

Sobre o tratamento de photoshop exagerado dado à foto de campanha ao lado de Ciro, Kátia Abreu admitiu o exagero, mas culpou a equipe de comunicação e criticou a cobrança estética feita em relação às mulheres. “Eles teimaram que estava muito boa. É compromisso com a beleza, né? Eles não exigem muito a beleza de homem. Mas da mulher é cultura, machista”, disse, acusando os homens de também recorrerem a fotos manipuladas.

 

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