Kassab não sabia diferença entre “gravidade e gravidez”, diz Bolsonaro
Presidente do PSD, Gilberto Kassab era ministro da Ciência e Tecnologia na gestão Temer. Recentemente, Bolsonaro tem criticado o político
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Gilberto Kassab ao afirmar que o político não sabia a diferença entre “gravidade e gravidez”.
Bolsonaro tem repetido a declaração ao longo dos últimos dias. Kassab é um dos fundadores e presidente do PSD, partido do atual ministro das Comunicações do presidente, Fabio Faria. Kassab chefiou a pasta responsável pelo desenvolvimento da ciência no país durante o governo de Michel Temer (MDB).
“Há pouco tempo, esse ministério que ocupa o Marcos Pontes era rifado diante de partidos políticos. O último ministro que ocupava essa pasta não sabia a diferença de gravidade para gravidez e estava lá. É cômico se não fosse trágico”, disse Bolsonaro, durante abertura da 1ª Feira Brasileira do Grafeno.
Voto impresso
Em junho, presidentes de 11 partidos se posicionaram contra a implementação do voto impresso. O modelo auditável é defendido por Bolsonaro, que prega que o atual sistema eleitoral, com urnas eletrônicas sem impressão dos votos, permite fraude.
Recentemente, em entrevista à GloboNews, Gilberto Kassab afirmou que a proposta tem como objetivo “questionar” as eleições de 2022.
“Eu não tenho nenhum constrangimento em dizer que eu estou muito preocupado, e a minha experiência me diz que: o cheiro não é bom. […] Então, vamos trabalhar para que aqueles que, eventualmente, venham a estar armando para questionar as eleições, para criar tumulto, não sejam bem-sucedidos nos seus objetivos”, declarou.
A Câmara dos Deputados discute uma PEC sobre o voto impresso. O texto, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), prevê a inclusão de um artigo na Constituição Federal para que, “na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.
Nas últimas semanas, Bolsonaro tem escalado a retórica contra o atual sistema eleitoral. Na quarta-feira (7/7), o chefe do Executivo federal afirmou que o seu lado “pode não aceitar o resultado” das eleições do próximo ano.
“Eles vão arranjar problemas para o ano que vem. Se esse método continuar aí, sem inclusive a contagem pública, eles vão ter problema, porque algum lado pode não aceitar o resultado. Esse lado obviamente é o nosso lado, que pode não aceitar esse resultado. Nós queremos transparência. […] Havendo problemas, vamos recontar”, disse, em entrevista.
Na semana passada, ele afirmou que só passará a faixa presidencial se o voto for impresso. “Eu entrego a faixa presidencial para qualquer um que ganhar de mim na urna de forma limpa. Na fraude, não” declarou durante transmissão ao vivo nas redes sociais, em 1º de julho.
Em maio, Bolsonaro subiu o tom e afirmou que, caso o voto impresso não seja implementado no pleito do próximo ano, “é sinal de que não vai ter eleição”.
“A única republiqueta do mundo é a nossa, que aceita essa porcaria desse voto eletrônico. Isso tem que ser mudado. E digo mais, se o Parlamento brasileiro […] aprovar e promulgar, vai ter voto impresso em 2022 e ponto-final. Não vou nem falar mais nada. Porque, se não tiver voto impresso, é sinal de que não vai ter eleição. Acho que o recado está dado”, afirmou.