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Kajuru: “CPI da Covid pode chegar a fatos graves, não tenho dúvida”

Ao Metrópoles, o senador disse que espera “punições” ao governo federal, diante da omissão da União no enfrentamento à pandemia da Covid-19

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Jorge Kajuru
1 de 1 Jorge Kajuru - Foto: Metrópoles

Ao Metrópoles, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) afirmou que a CPI da Covid-19, instaurada no Senado Federal por ordem do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode chegar “a fatos graves” contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por omissão na luta contra a pandemia do coronavírus no Brasil. Sem descartar um possível processo de impeachment, o parlamentar disse esperar punições ao governo federal e comentou que os fatos apurados pela CPI devem ser levados à Justiça.

“Eu não penso em impeachment sem começar a CPI. Porque o impeachment só pode ocorrer com uma prova cabal e grave. Falar em impeachment, como vários políticos falam, toda hora – eu não faço isso, eu não cometo essa irresponsabilidade. O que o presidente Bolsonaro prometeu e está cumprindo é não haver corrupção no seu governo. Ainda não teve prova de uma corrupção. A CPI pode chegar a fatos graves, eu não tenho dúvida. Se ela for feita independente, sem revanchismo, ela poderá ser uma CPI consagrada, respeitada, e não terminar ’em pizza'”, declarou Kajuru (confira, a partir de 12’51”).

Em entrevista ao jornalista Tácio Lorran, Kajuru disse que Bolsonaro não foi o único a cometer “erros graves” no enfrentamento à pandemia, e também citou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Lembrando de ocasiões em que o chefe do Executivo definiu a Covid-19 como uma “gripezinha” e incitou aglomerações, Kajuru citou que senadores não serão os responsáveis por promover um pedido de impeachment – devem apenas averiguar se houve crime de responsabilidade. A decisão, completou, caberá à Justiça.

“O presidente, primeiro, declarou que era uma ‘gripezinha’. Depois, declarou que não iria vacinar para não virar jacaré. Depois, o filho declara que quem quiser usar máscara ‘enfia naquele lugar’. Depois, o presidente diz que não compraria vacina da China. Depois, o governo – o Ministério das Relações Exteriores, o que foi demitido – fez ofensas a países que poderiam estar nos ajudando há muito tempo, vendendo vacina para nós já, há muito tempo. Teríamos poupado várias vidas, e não estarmos vivendo esse perigo constante de chegarmos aí a cinco mil mortes diárias e chegarmos a meio milhão de mortes. Principalmente o desrespeito à ciência, à saúde. Não usar máscara foi um péssimo exemplo, não se higienizar foi um péssimo exemplo, as aglomerações um péssimo exemplo, a demora para compra de vacinas foi um desrespeito”, comentou (16’14”).

“Esses fatos são para você colocar a irresponsabilidade que o governo teve. Quem vai julgar se isso é crime de responsabilidade, eu insisto: não é senador, é a Justiça. Os senadores que integram a CPI vão apontar o crime de responsabilidade; se tiver prova cabal, caberá à Justiça averiguar”, completa (19’38”).

Assista:

Áudio com Bolsonaro

Ao citar o áudio que divulgou de uma ligação com o presidente Bolsonaro, em que o chefe do Executivo diz que “cairia na porrada” com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Kajuru voltou a afirmar que não houve cortes na gravação, e garantiu que teve autorização de Bolsonaro para divulgar a conversa.

Segundo o parlamentar, um ex-ministro da Saúde, cujo nome ele se negou a revelar, irá até a CPI da Covid-19 para comprovar as afirmações de Kajuru de que Bolsonaro não teria recebido o presidente da Pfizer, uma das fornecedoras de vacina ao Brasil, em agosto de 2020, para firmar contratos de importação de imunizantes. Essa declaração já foi negada pela empresa e pelo presidente.

“Um ex-ministro da Saúde, qualificado, vai à CPI, vai contar toda essa situação constrangedora e que é óbvio demais, tanto que, antes de falar na entrevista, eu antecipei que o presidente Bolsonaro vai me desmentir e o presidente da Pfizer também. Por que a Pfizer desmentiu? Porque agora ela está vendendo vacina para o governo, ela não quer atrito. Mas, no começo do ano, a Pfizer declarou que o governo estava colocando exigências inaceitáveis para comprar vacina”, afirmou (1’4”).

Cidadania

Informação divulgada ao Metrópoles pelo presidente do partido Cidadania, Roberto Freire, diz que Kajuru foi “convidado” a deixar o partido, por pressão do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o parlamentar, ele mesmo pediu para sair da sigla, por já estar em “namoro” com outro partido.

Sem citar qual seria o partido, Kajuru esclareceu: “Há dois meses, eu telefonei para Alessandro Vieira, Elisiane Gama e Roberto Freire querendo sair do partido, dizendo que eu não ficaria mais. O Alessandro pediu que eu esperasse mais um pouco, a Elisiane fez o mesmo pedido e eu aceitei, pela minha admiração aos dois. O nosso divórcio foi respeitoso. Eu pedi para sair por já estar em ‘namoro’ com outro partido” (21’39”). Segundo Kajuru, seu novo partido, que ele classifica como “maior e importante”, será anunciado nesta quinta-feira (15/4).

A seguir, assista ao Metrópoles Entrevista, com Tácio Lorran:

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