Jungmann admite que matança policial é aspecto negativo da intervenção
Segundo ministro, todos os outros indicadores de violência caíram no Rio, mas ele admite ser preciso melhorar para conter violência policial
atualizado
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O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, admitiu que o recorde de mortes causadas pela polícia no Rio de Janeiro, registrado durante os meses de intervenção federal na segurança pública do estado, é um aspecto negativo da ação determinada pelo governo federal em fevereiro deste ano. No entanto, Jungmann ressaltou que, considerando-se os demais indicativos de violência, o resultado da intervenção é positivo.
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, órgão ligado ao governo, o estado registrou neste ano, até novembro, o maior número de mortes por policiais em 16 anos (quando teve início a série histórica).
Nos 11 meses de 2018, 1.444 pessoas foram mortas pela polícia, o equivalente a um óbito a cada cinco horas e meia. Desde que o órgão passou a registrar o índice, o maior volume havia sido registrado em 2007: 1.330 pessoas mortas em decorrência de atividades policiais. Estimativas do ISP indicam que o ano poderá fechar com cerca de 1.500 mortos pelas forças de segurança.
Policiais também morrem
O estado do Rio de Janeiro também é violento para a polícia. Até meados de dezembro, 94 policiais militares foram assassinados no território fluminense. Em 2017, ano em que a violência bateu recorde, 134 PMs acabaram mortos.
“Do meu ponto de vista, o resultado da intervenção é totalmente positivo. É verdade que nós temos esses pontos como negativos. Todos os demais índices caíram, inclusive crimes dolosos, roubos e furtos”, observou o ministro, ao ser questionado.
Jungmann defendeu ações para diminuir a violência policial e contra polícia. “Eu poderia citar oito pontos que são positivos. Muito bem para estes oito, mas é preciso melhorar. Tem que se reduzir esses dois [violência policial e contra integrantes das forças de segurança]”, disse o ministro da Segurança Pública.
Ao fazer um breve balanço, Jungmann ressaltou ainda que, ao defender a intervenção, havia declarado que o Rio de Janeiro não conseguiria sair sem ajuda federal da situação em que se encontrava, “de controle das comunidade pelo crime organizado, da captura dos agentes do estado pelo crime e pela corrupção, sem a ajuda do governo federal”.