Jucá: Governo tem que olhar para futuro sem pensar no impeachment
Para o ministro do Planejamento, as ações devem ser adotadas “por conta da responsabilidade não só do governo, mas de partidos políticos e da sociedade”
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro do Planejamento, Romero Jucá, defendeu há pouco que as decisões do novo governo precisam ser tomadas olhando para o presente e o futuro, independentemente de resultado da votação a ser realizada no Senado. O Senado tem até 180 dias para avaliar o afastamento definitivo de Dilma Rousseff (PT) no processo de impeachment.
Para Jucá, as ações devem ser adotadas “por conta da responsabilidade não só do governo, mas de partidos políticos e da sociedade”. Ele respondia a um questionamento sobre o motivo de a nova gestão planejar medidas de longo prazo mesmo diante da possibilidade de Michel Temer (PMDB) ser o presidente por apenas 180 dias.Meta fiscal
Após encerrar a entrevista, Jucá foi questionado sobre como o governo pretende rever a meta fiscal com um rombo de R$ 96 bilhões, prevista para ser aprovada no Congresso na próxima semana, se já se sabe que o déficit caminha para ser maior. Ele voltou a ligar o microfone e falou em valores, não em números.
Para o ministro, o governo deve enviar uma “emenda de ressalva”, com procedimentos para incluir abatimentos de programas na meta. Ele não detalhou quais seriam as alternativas estudadas.
Empresas públicas
O ministro também afirmou que todas as empresas públicas serão ajustadas à nova realidade de cortes de gasto. Segundo ele, a meta fixada para administração federal não é de redução de 25%, mas, inicialmente, de eliminar 4 mil postos comissionados até o final do ano.
Questionado qual a economia estimada, o ministro disse que ainda é preciso fazer as contas e afirmou que o governo do presidente em exercício Michel Temer tem a “meta física”. “Não cessaremos a busca pela eficiência. Ao atingirmos (o corte de ) 4 mil cargos, vamos continuar, isso é uma meta que efetivamente será buscada”, disse.
De acordo com Jucá, todos os órgãos e empresas públicas terão que reduzir gastos e apresentar resultados. “É preciso ter como meta que o setor público não é um fim em si mesmo”, afirmou, destacando que a nova ordenação tem como objetivo buscar melhor qualidade de atendimento.
Em relação aos programas sociais, Jucá disse que eles serão “mantidos, melhorados e ampliados”, mas ressaltou que haverá uma análise para identificar eventuais casos de desvios ou ineficiência. “Os programas que apresentam resultados serão mantidos e aperfeiçoados”, disse.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, que é relator-geral do Orçamento, aproveitou para ressaltar que o governo da presidente afastada Dilma Rousseff. “pela própria escassez de recursos”. já havia reduzido a previsão de investimentos em alguns programas sociais. Ao relatar o Orçamento, Barros defendeu cortar até R$ 20 bilhões do programa Bolsa Família.