Jucá deixa liderança do governo no Senado. Motivo: os venezuelanos
Parlamentar é candidato a reeleição e vem pedindo que o governo federal feche a fronteira com o país vizinho
atualizado
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O senador Romero Jucá (MDB-RR) anunciou nas suas redes sociais, na tarde desta segunda-feira (27/8), que não é mais o líder do governo no Senado Federal. Segundo ele, a discordância com a forma como a gestão de Michel Temer (MDB) tem conduzido a crise dos imigrantes venezuelanos em Roraima o motivou a tomar a decisão.
Acabo de comunicar ao presidente @MichelTemer que deixo a Liderança do Governo por discordar da forma como o governo federal está tratando a questão dos venezuelanos em Roraima.
— Romero Jucá (@romerojuca) 27 de agosto de 2018
Jucá, que é candidato nas eleições de outubro a um novo mandato de senador por Roraima, vem pedindo para o governo federal fechar a fronteira do estado para venezuelanos. Temer, no entanto, já falou repetidas vezes que não irá fazer isso, por uma questão humanitária.
A saída do senador foi comunicada por uma carta destinada ao presidente da República. No texto, Jucá afirma: “é obrigação do governo zelar pelos interesses dos estados da Federação”. “A obrigação precípua do poder central é cuidar dos entes federados, do bem-estar, e da segurança da população, não se apegando a interesses internacionais em detrimento da realidade, do bom senso e da responsabilidade com o nosso povo”, prossegue.
Leia a íntegra abaixo:
No último sábado (25/8), Temer disse que fechar as fronteiras é algo “incogitável” pelo Palácio do Planalto, porque seria um “ato desumano”. Além disso, lembrou, contrariaria os compromissos feitos pelo Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU). “Temos feito o possível para atender a compromissos de natureza internacional”, afirmou.
Recentemente abalada, a relação entre o senador e Temer é antiga. Desde que o emedebista assumiu o governo, Jucá tem sido um de seus principais aliados. Foi ministro do Planejamento e só deixou o cargo após a divulgação dos áudios de conversa entre ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, na qual pedia “um grande acordo nacional” para “estancar a sangria” da Lava Jato, barrando a ofensiva federal.