José Serra ataca ação da Lava Jato: “MPF quer constranger e expor senador”
Ex-governador de São Paulo foi denunciado nesta sexta-feira no âmbito da operação, por suposta lavagem de dinheiro nas obras do Rodoanel
atualizado
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O senador José Serra (PSDB) criticou a ação da força-tarefa da operação Lava Jato que, nesta sexta-feira (3/7), cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele.
“É lamentável que medidas invasivas e agressivas como as de hoje sejam feitas sem o respeito à lei”, escreveu a assessoria do senador e ex-governador de São Paulo, em nota.
Para Serra, a operação, batizada de Revoada, causa “estranheza e indignação”, foi “desarrazoada” e baseada em fatos “antigos e prescritos e após denúncia já feita”: “O que comprova falta de urgência e de lastro probatório da Acusação”, criticou. Serra também acusa o MPF de tentar “constranger e expor um senador da República”.
“O Senador José Serra reforça a licitude dos seus atos e a integridade que sempre permeou sua vida pública. Ele mantém sua confiança na Justiça brasileira, esperando que os fatos sejam esclarecidos e as arbitrariedades cometidas devidamente apuradas”, completa a nota.
Operação Revoada
A operação do Ministério Público Federal (MPF), que também mirou a filha de Serra, Verônica Serra, o acusa de lavar aproximadamente R$ 40 milhões durante as obras do Rodoanel, na região metropolitana de São Paulo, quando ele foi governador, entre 2006 e 2010. Mandados foram cumpridos em oito endereços, incluindo a casa do senador, e ele foi formalmente denunciado por lavagem de dinheiro.
De acordo com a força-tarefa, ele teria se valido do cargo que ocupava e da influência política que tinha para receber propina da Odebrecht, que integrava o consórcio das obras do Rodoanel. Verônica teria ajudado a lavar o dinheiro em empresas offshore (fora do país). O operador financeiro José Amaro Pinto Ramos também é apontado como participante do esquema.
O MPF o acusa de supostamente ter mantido “relação espúria com a construtora, dela solicitando, e dela vindo a efetivamente receber, direta e indiretamente, em razão das funções por ele ocupadas, substanciais recursos indevidos”.