José Múcio, novo chefe da Defesa, já tocou violão para Lula
Com a formalização do nome de Múcio Monteiro, feita nesta sexta (9/12), Forças Armadas voltam a ser chefiadas por um civil após cinco anos
atualizado
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Conhecido de longa data do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Múcio Monteiro, anunciado nesta sexta-feira (9/12) como o próximo ministro da Defesa, tem quase 50 anos de vida pública. O próximo comandante das Forças Armadas é ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), e chefiou a pasta das Relações Institucionais entre 2007 e 2009.
Elogiado pela capacidade de articulação política, o ex-deputado federal de 74 anos tem um bom trânsito com a cúpula militar – aposta do governo para azeitar as relações diante das dificuldades do presidente Lula com o segmento.
O ex-ministro já chegou a tomar café com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e costumava tocar violão para Lula na época em que o petista comandou o país.
A escolha de Múcio como titular da pasta também representa o retorno de um ministro civil ao comando das Forças Armadas, depois de quase cinco anos. Antes de Bolsonaro, o ex-presidente Michel Temer (MDB) já havia nomeado o primeiro militar para o cargo, o general Joaquim Silva e Luna, no começo de 2018.
Múcio assumiu o primeiro cargo em um governo petista após um extenso currículo na política em Pernambuco. Ele foi nomeado ministro da Secretaria de Relações Institucionais em setembro de 2007, função em que permaneceu até setembro de 2009.
No mês seguinte foi empossado como ministro do Tribunal de Contas da União, onde permaneceu por 11 naos. Ele assumiu a presidência do órgão entre 2019 e 2020 até se aposentar em janeiro de 2021, dois anos antes da aposentadoria obrigatória para o cargo, aos 75 anos.
Carreira política
Nascido em Recife em 1948, Múcio iniciou a vida pública em 1976, como vice-prefeito da cidade de Rio Formoso (PE). Desde então, foi prefeito da cidade e titular da secretaria estadual de Transportes, Comunicação e energia do governo Roberto Magalhães (1983-1986) no estado, antes de assumir cinco mandatos consecutivos na Câmara dos Deputados.
O político foi eleito como deputado federal por Pernambuco em 1991 e conseguiu permanecer na cadeira até 2007. Em quase cinco décadas de vida pública, ele passou por diversos partidos.
Começou na Arena, partido ligado ao regime militar, onde atuou de 1966 a 1979. No ano seguinte, se filiou ao PDS, e lá permaneceu até 1991. Depois, integrou o PFL (ex-DEM) por 10 anos. Em 2001, migrou para o PSDB e, desde 2003, é filiado ao PTB.
