José Guimarães: “País não pode conviver com taxa de juros desse tamanho”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem criticando, nas últimas semanas, as taxas de juros da autoridade monetária
atualizado
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O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que a crise com o Banco Central foi um dos temas discutidos pelas autoridades na reunião com o Conselho Político da Coalizão, nesta quarta-feira (8/2). Segundo Guimarães, o “país não pode conviver com taxas [de juros] desse tamanho”.
“Isso não era pauta da reunião, mas os líderes falaram que é importante e o país precisa evidentemente discutir esse assunto. Não é proibido. Não tem essa de ‘ah, os líderes não podem discutir’. Podemos discutir sim, porque a autoridade monetária também tem que contribuir com aquilo que saiu da zona, que foi a vitória do Lula, como programa de reconstrução. O país não pode conviver com taxas desse tamanho”, completou.
As críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central têm perturbado o mercado financeiro e impactado negativamente as negociações na Bolsa de Valores e a cotação do dólar, o que tem levado mesmo integrantes do governo, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a tentar baixar o tom.
“Juros a 13,75% não dá. Este país precisa gerar emprego formal. Empregados de aplicativos são tratados quase como trabalhadores escravos”, disse Lula na terça-feira (7).
Defesa de Campos Neto
Também na terça, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a defender a autonomia da autoridade monetária, em meio às críticas do presidente sobre a manutenção da taxa básica de juros da economia em 13,75%.
Segundo Campos Neto, a “principal razão da autonomia da autonomia do BC é desconectar a política monetária do ciclo político”. “Porque eles têm clientes e interesses distintos. Quanto mais independente você é, mais eficaz você é, menos o país pagará em termos de custo de ineficiência da política monetária”, disse, em evento do qual participa nos Estados Unidos.