Joesley e Wesley Batista não podem se falar
Medida, adotada pelo STF, é usada para alvos de um mesmo processo acusados de insider trading
atualizado
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Livres da cadeia, os irmãos Joesley e Wesley Batista terão de se adaptarem a uma rotina diferente daquela que levavam na carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo. Por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), os empresários estão proibidos de se falarem – a medida é adotada corriqueiramente para alvos de um mesmo processo, caso dos irmãos, acusados de insider trading – uso de informação privilegiada de suas próprias delações premiadas na Procuradoria-Geral da República (PGR) para lucrar no mercado financeiro, em abril de 2017.
“Ficará proibido de se aproximar ou ter contato com outros réus e testemunhas”, decretou o STJ, em fevereiro, quando mandou soltar Wesley.
Joesley e Wesley passaram seis meses confinados na mesma área da Custódia da PF, sem que suas conversas fossem vedadas.
Wesley deixou a prisão em 21 de fevereiro. Em audiência, naquele dia, o empresário disse ao juiz Diego Paes Moreira, da 6.ª Vara Federal, de São Paulo, que acataria as medidas cautelares com ‘total rigor e disciplina’.
A decisão que tirou Wesley da cadeia também alcançava Joesley – este, no entanto, não deixou a carceragem da PF, na época, porque havia contra ele outra ordem de prisão, expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omissão de informações de sua delação premiada na PGR.
A ordem judicial que, nessa sexta-feira (9/3), tirou Joesley da prisão foi decretada pela 12.ª Vara Federal do Distrito Federal
A decisão do juiz Marcus Vinicius Reis Bastos que beneficiou o empresário também alcançou o executivo Ricardo Saud, da J&F.
“In casu, sequer foi instaurada a instância penal, estando o feito na fase da investigação criminal”, ponderou ainda o juiz do DF.
André Callegari, advogado de Joesley Batista, afirmou que a decisão da 12.ª Vara Federal de Brasília se deu em um pedido bem fundamentado da defesa. “Foi um trabalho duro, mas bem construído”, disse. “Os motivos (da prisão) não mais subsistiam”, pontuou o defensor do empresário.