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João Doria avalia que atos do 8/1 “atropelaram” início do governo Lula

Em entrevista ao Metrópoles, Doria condenou os atos golpistas de 8/1, defendeu a regulação das redes e disse que não voltará à vida pública

atualizado

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Pablo Jacob /Governo de São Paulo/Divulgação
João Doria
1 de 1 João Doria - Foto: Pablo Jacob /Governo de São Paulo/Divulgação

João Doria, ex-governador e ex-prefeito de São Paulo, avalia que o início da nova gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi “atropelada” pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília, e depredaram prédios da administração federal.

“O governo Lula, de fato, ainda não apresentou uma grande proposta de governo. São menos de 120 dias”, disse João Doria, em entrevista exclusiva ao Metrópoles. “Mas, o governo também foi atropelado pela circunstância do 8 de janeiro, um momento difícil, delicado na vida do país, onde houve uma ameaça aos alicerces democráticos, à Constituição e aos Poderes constituídos”, declarou.

O empresário afirmou que o incidente “tomou um tempo enorme do governo no início da gestão” e considerou que o impacto dos protestos pode ter comprometido a “possibilidade da gestão Lula de apresentar de forma mais clara quais são suas propostas”.

De acordo com Doria, a invasão ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF) é subversiva e antidemocrática. “Ali não havia nenhuma manifestação que pudesse ser avaliada, considerada democrática”, destacou.

Doria também ponderou que Lula é capaz de ser um agente pacificador no país, se “cumprir o que prometeu” na campanha em relação à frente ampla e ao diálogo.

“Temos que sair desse duelo, dessa dualidade. O país precisa de paz, precisa de entendimento, precisa de diálogo, precisa de perdão também”, disse o empresário.

Veja a entrevista completa com João Doria:

PL das Fake News

O ex-governador de São Paulo afirmou apoiar o Projeto de Lei (PL) das Fake News, discutido no Congresso Nacional e que tem como objetivo regular as redes sociais para conter o discurso de ódio disseminado nas plataformas.

Doria, no entanto, fez ressalvas: “Eu defendo que seja feita uma regulação, mas ela tem que ser mitigada e debatida para encontrar o seu limite”.

“É preciso ter cuidado para não transformar a regulação em imposição e, consequentemente, em censura. Como está, não pode ficar”, reiterou sua posição sobre encontrar um equilíbrio no texto relatado pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

Fora da vida pública 

O Metrópoles questionou o ex-presidenciável se ele pretende voltar à vida pública nas eleições municipais de 2024 ou nas gerais, de 2026. Ele declarou que não, que se manterá na iniciativa privada. “Tudo que eu puder fazer por São Paulo e pelo Brasil, eu farei. Só que no privado”, afirmou.

“Não pretendo nem em 2026, 2028 ou em 2030. Não é por ressentimento, não é uma decisão de vida. Eu não dependo da política. Essa talvez seja uma vantagem de eu ter vindo do setor privado”, argumentou.

Ele também foi questionado sobre a disputa acirrada contra o governador do Rio Grande do Sul e presidente nacional do PSDB, Eduardo Leite.

“Não brigamos, nós disputamos. Nós nunca brigamos, nunca rompemos o diálogo, o bom entendimento nós mantemos até hoje, felizmente”, afirmou. “Aliás, ele estará semana que vem em Nova York, no evento do Lide [empresa de João Doria] a meu convite”, declarou.

Doria também confirmou ter recebido convites de outros partidos para se filiar, após deixar o PSBD em 2022. “Sim, mas a todos eles eu respondi, de forma muito delicada e muito gentil, tanto quanto a gentileza que tiveram de me convidar a dizer que eu estou fora da política, fora da vida partidária e não pretendo voltar”, reiterou.

Após a longa conversa com o site, o ex-governador falou um pouco sobre o livro “O poder da transformação” escrito por Thales Guaracy. O livro conta a trajetória de João Doria, desde a infância até a vida como político.

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