Jair Bolsonaro insinua que Raquel Dodge aparelha PGR
No Palácio da Alvorada, neste sábado, o presidente desaprovou nomeações recentes atribuídas por ele à atual chefe do órgão
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a comentar a mudança de comando na Procuradoria-Geral da República (PGR) e aproveitou para criticar nomeações recentes que ele atribuiu à atual chefe do órgão, Raquel Dodge. De acordo com o mandatário da República, as indicações de cargos para depois do dia 1º de outubro é uma forma de aparelhamento da PGR pela procuradora.
“Para depois, a pessoa que eu nomear não poder mexer. Mas vai [mexer], eu quero um PGR que tenha a bandeira do Brasil”, disse, ao bater no peito esquerdo, neste sábado (31/08/2019), ao sair do Palácio da Alvorada e levar a filha, Laura, para cavalgar.
“Só pode ser ela [Raquel Dodge] que está nomeando pessoas na PGR, que está montando equipe. Eu quero um PGR que não interfira em corte de cabelo de aluno de colégio militar. Lá tá dando certo. Tem que interferir em colégio público, onde estamos lá embaixo na prova do Pisa”, frisou.
O titular do Planalto disse que tem “carinho, consideração e estima” por Raquel, mas espera que as notícias sobre as nomeações “não sejam verdade”. “Que vai ter algum peso na decisão sobre o novo PGR vai, não tenha a menor dúvida”, ressaltou.
Bolsonaro planejava anunciar o nome até 17 de agosto, um mês antes do fim do mandato de Raquel Dodge, mas ainda não tomou a decisão. A aliados, tem dito que irá demorar para bater o martelo por não se simpatizar com nenhum candidato.
Devido ao apoio dos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), Dodge seria a favorita – segundo bastidores do Judiciário – à indicação para mais um mandato. No entanto, a atual PGR é vista com desconfiança no entorno do mandatário do país por seu histórico de atuação em defesa de causas ambientais e de minorias, temas que entram em conflito com Jair Bolsonaro.