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Jair Bolsonaro anuncia “noivado” com o Patriota

O parlamentar relatou uma divergência com o partido sobre a sucessão presidencial e a suspensão da filiação

atualizado

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Gabriela Korossy/ Câmara dos Deputados
Jair Bolsonaro na Sessão para votar o pedido de cassação do mandato do deputado André Vargas
1 de 1 Jair Bolsonaro na Sessão para votar o pedido de cassação do mandato do deputado André Vargas - Foto: Gabriela Korossy/ Câmara dos Deputados

Em vez de casamento, noivado. O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) anunciou nesta quinta-feira (10/8) a suspensão de seu processo de filiação ao PEN — futuro Patriota –, legenda com a qual negociava uma possível candidatura à Presidência da República.

Depois de prometer um anúncio “de extrema importância que afetará todo o debate sobre sucessão presidencial”, o parlamentar relatou uma divergência com o partido. Ele disse não concordar com uma ação ajuizada pela agremiação em 2016 contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de permitir a prisão de pessoas condenadas em segunda instância. O político apoia a decisão da Corte e diz que derrubá-la vai “acabar com a Lava Jato”.

“Estava negociando para me filiar ao partido quando descobri isso, há uns dez dias. Não quero ser conhecido como o candidato a presidente pelo partido que acabou com a Lava Jato. Então, vou primeiro resolver isso para depois me filiar”, anunciou Bolsonaro, ao lado do presidente do PEN, Adilson Barroso. “Deve dar casamento, mas ainda é um noivado.”

Divergência
Apesar da crítica, Barroso defendeu a ação. “Respeito e até agradeço ao deputado por me alertar sobre essa interpretação, mas minha intenção foi outra. A ação poderia beneficiar injustamente alguns alvos da Lava Jato, mas evitaria que milhares de pessoas fossem presas injustamente e depois libertadas porque, ao final, decidiu-se pela absolvição.”

Bolsonaro disse que para se filiar ao futuro Patriota o partido precisa “retirar a ação”. “Ou haver o julgamento de mérito e o caso ser encerrado.” E completou: “Mesmo se não houvesse essa pendência eu não poderia me filiar hoje, ou melhor, até poderia, mas o partido (PSC) iria recorrer à Justiça, e eu perderia o mandato”. Referia-se ao entendimento legal de que o mandato pertence ao partido e não ao candidato eleito. Por ele, o parlamentar que se desfilia pode perder o cargo.

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