Itamaraty: Putin convida Lula para fórum econômico em São Petersburgo
Evento ocorrerá em junho, na Rússia. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, não confirmou se o presidente Lula aceitará o convite
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, informou nesta segunda-feira (17/4) que o ministro de Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, entregou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um convite do presidente Vladimir Putin para que o petista participe do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, a ser realizado na Rússia, entre 14 e 17 de junho.
Lula recebeu Lavrov para um encontro reservado, no Palácio da Alvorada, na tarde desta segunda. A reunião, que durou uma hora e trinta minutos, não foi divulgada pelo Palácio do Planalto.
“O presidente recebeu o ministro Lavrov para uma visita de cortesia. O ministro Lavrov foi portador de uma carta de Putin para Lula para ir à Rússia para o fórum econômico de São Petersburgo”, afirmou Vieira, sem confirmar se Lula aceitará o convite.
Realizado anualmente desde 1997, o fórum é um dos principais espaços para a comunicação entre os representantes da comunidade empresarial e a discussão das principais questões econômicas enfrentadas pela Rússia, mercados emergentes e o mundo em geral.
Guerra na Ucrânia
Mais cedo, nesta segunda, Lavrov se reuniu com Mauro Vieira. Após o encontro, os dois fizeram uma declaração conjunta. Na ocasião, o russo afirmou, sem citar a guerra na Ucrânia, que Brasil e Rússia dividem uma “visão similar” sobre os acontecimentos globais.
Durante agenda na China e nos Emirados Árabes, nos últimos dias, o presidente Lula acusou os Estados Unidos e a Europa de prolongarem a guerra na Ucrânia, que já dura mais de um ano, e defendeu a criação de uma espécie de G20 político para restabelecer a paz.
Nesta segunda, a Casa Branca criticou duramente o Brasil. Questionado sobre o assunto, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, disse que o governo brasileiro “papagueia propaganda russa e chinesa” sobre a Ucrânia.
Segundo Kirby, a fala de Lula é “profundamente problemática” e que os Estados Unidos não têm “nenhuma objeção a qualquer país que queira tentar pôr fim à guerra”.
Questionado sobre o assunto após reunião com Lula e Lavrov, Mauro Vieira disse, em um primeiro momento, que não poderia comentar a declaração, pois não sabia do que se tratava. Após jornalistas insistirem no assunto, o chanceler brasileiro disse desconhecer as razões pelas quais o governo dos Estados Unidos “chegou a essa conclusão”.
“Não concordo de forma alguma. Não sei como ou porquê ele chegou a essa conclusão, mas de forma alguma [concordo]. Aliás não sei nem quem falou isso. Desconheço as razões pelas quais disse”, afirmou.