metropoles.com

Itamaraty monitora matérias internacionais que ligam Bolsonaro à milícia

As embaixadas em Estocolmo e em Roma já mandaram relatórios sobre o assunto ao Ministério das Relações Exteriores em Brasília

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
Bolsonaro-e-os-filhos-facebook
1 de 1 Bolsonaro-e-os-filhos-facebook - Foto: Reprodução

Publicações sobre o clã Bolsonaro em veículos de imprensa internacionais são monitorados pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), órgão máximo da diplomacia brasileira, a mando do Palácio do Planalto.

O corpo diplomático está rastreando, inclusive, possíveis associações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seus filhos — Eduardo (deputado federal pelo PSL-RJ), Carlos (vereador pelo Republicanos-RJ) e Flávio (senador pelo Republicanos) — com milícias no Rio de Janeiro.

A informação veio à tona após parlamentares solicitarem informações ao ministro das Relações Exteriores, o chanceler Ernesto Araújo, sobre a existência ou não de instruções do governo para os integrantes de postos no exterior sobre como tratar questões relativas ao assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), executada em março de 2018.

Neste sábado (18/7), o jornalista Jamil Chade, colunista do portal Uol, publicou parte de documentos sobre o assunto. O embaixador brasileiro na França se recusou a participar de um evento que homenagearia a vereadora.

Após uma mudança do Palácio do Itamaraty na classificação de sigilo dos documentos, que passaram de “reservado” para “ostensivo”, o que permite o acesso na íntegra as telegramas se tornaram públicos. A modificação ocorreu em 6 de julho de 2020.

Um dos documentos internos da chancelaria revelam que o Itamaraty está monitorando a imprensa estrangeira de uma forma detalhada, inclusive quando o assunto é a suposta relação da família Bolsonaro com milícias.

Um dos exemplos é de março de 2019. A embaixada do Brasil em Estocolmo informou ao Itamaraty que uma matéria no jornal sueco Dagens Nyheter traz “graves insinuações de vínculos do senhor presidente com facções criminosas do Rio supostamente envolvidas no crime”.

Em 13 de fevereiro deste ano, a embaixada do Brasil em Roma informou ao Itamaraty sobre um artigo no jornal La Repubblica, no qual se fazem “ilações difamatórias” em relação ao presidente Bolsonaro.

13 imagens
Bolsonaro participa de ato a favor do governo
Bolsonaro provoca aglomeração em eventos públicos que tem realizado pelo país
Presidente Jair Bolsonaro
Bolsonaro em cerimônia no Palácio do Planalto
Presidente cumprimenta apoiadores
1 de 13

O presidente Jair Bolsonaro e a equipe do governo

Igo Estrela/Metrópoles
2 de 13

Bolsonaro participa de ato a favor do governo

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 13

Bolsonaro provoca aglomeração em eventos públicos que tem realizado pelo país

Hugo Barreto/Metrópoles
4 de 13

Presidente Jair Bolsonaro

Igo Estrela/Metrópoles
5 de 13

Bolsonaro em cerimônia no Palácio do Planalto

Igo Estrela/Metrópoles
6 de 13

Presidente cumprimenta apoiadores

Hugo Barreto/Metrópoles
7 de 13

Bolsonaro em cerimônia no Planalto

Hugo Barreto/Metrópoles
8 de 13

Presidente deixa o Palácio da Alvorada

9 de 13

Bolsonaro com máscara de proteção contra o novo coronavírus

Rafaela Felicciano/Metrópoles
10 de 13

Bolsonaro com máscara de proteção contra o novo coronavírus

Rafaela Felicciano/Metrópoles
11 de 13

Bolsonaro durante coletiva no Palácio do Planalto

Rafaela Felicciano/Metrópoles
12 de 13

Bolsonaro já encorajou a população a entrar nos hospitais e filmar os leitos de UTI

Rafaela Felicciano/Metrópoles
13 de 13

Bolsonaro tira foto com apoiadores

Rafaela Felicciano/Metrópoles

 

O Metrópoles ouviu fontes que Itamaraty que confirmaram a reação dos embaixadores e que elas caracterizam “praxe” no governo. “É a função do embaixador defender a imagem do país em que ele está”, afirmou um funcionário do órgão.  As embaixadas acompanham as publicações relacionadas ao Brasil, ao presidente e seu entorno.

Vigilância também no Brasil 
Em fevereiro, o Metrópoles mostrou que a Secretaria de Governo da Presidência e a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência foram escaladas pela presidência para montar uma estratégia de monitoramento sobre a repercussão dos atos contra e favoráveis ao governo. À época, protestos estavam marcados para os dias 15 e 18 de março.

A intenção era medir os efeitos e como a imprensa trataria os movimentos, como isso refletiria na popularidade de Bolsonaro e como os servidores públicos — peça central nos atos daquele mês — se comportariam.

Versão oficial
Metrópoles entrou em contato com o Palácio do Planalto e com o Palácio do Itamaraty para saber a abrangência do monitoramento, o que justifica e quais são objetivos do governo brasileiro. Até a última atualização desta reportagem, os órgãos não responderam. O espaço continua aberto para esclarecimentos.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?