Israel vai apoiar ingresso do Brasil na OCDE, diz Bolsonaro
Presidente também pôs panos quentes na “crise” com países árabes: “Nós queremos negócios com o mundo todo. A comunidade árabe também”
atualizado
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O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), ressaltou nesta quinta-feira (4/4) que, durante a visita de quatro dias a Israel, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que vai apoiar o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No mês passado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou apoio à entrada do Brasil no grupo dos 36 países mais ricos do mundo.
“O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu hipotecou total apoio para que o Brasil possa entrar na OCDE”, disse o presidente, que fez transmissão ao vivo nas redes sociais ao lado dos ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e da Justiça, Sergio Moro.
A OCDE é uma organização internacional que engloba 36 países que adotam os princípios da democracia representativa e da economia de mercado. A maioria dos integrantes é formada por países cujas economias têm elevados Produto Interno Bruto (PIB) per capita e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Árabes
Bolsonaro afirmou, ainda, que o Brasil está aberto ao diálogo e às parcerias com a comunidade árabe. A afirmação ocorre após o anúncio da instalação de um escritório de negócios do Brasil em Jerusalém. Ele destacou que, no próximo dia 10, a ministra da Agricultura, Pesca e Abastecimento, Tereza Cristina (DEM-MS), conversa com embaixadores de países árabes.
“Nós queremos negócios com o mundo todo. A comunidade árabe também. Queremos colocar o Brasil em lugar de destaque”, afirmou o presidente.
O general Augusto Heleno acrescentou a importância dos árabes no Brasil. “A comunidade árabe é numerosíssima no Brasil. Nós temos uma balança comercial com a comunidade árabe que nos interessa muito, que não vai ser afetada. Queremos manter esse relacionamento. O presidente deixou bem claro a qualidade dessa parceria”, ressaltou.
As declarações ocorrem dias após o grupo extremista islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, criticar a visita de Bolsonaro a Israel. Em nota, o grupo afirmou que a viagem não apenas contradizia a histórica atitude do povo brasileiro de apoio à causa palestina, como também violava leis internacionais.
Em resposta, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente que o acompanhou na viagem, mandou um recado ao Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel e Estados Unidos. “Quero que vocês se explodam”, escreveu em sua conta no Twitter – mais tarde, ele apagou a mensagem.
Cooperação
Durante a “live” desta quinta, o presidente destacou as parcerias e acordos assinados durante a viagem a Israel, encerrada nessa quarta-feria (3). Ele destacou, principalmente, as ações que serão desenvolvidas nas áreas de ciência e tecnologia, agricultura e piscicultura. Segundo Bolsonaro, entre as prioridades está a implantação de tecnologias de dessalinização e geração de água para regiões que sofrem com a falta do produto.
Como exemplo, o presidente citou a cidade de Campina Grande (PB), que desenvolve um projeto de dessalinização e que ele quer conhecer. Conforme mencionou, Israel ofereceu 20 máquinas, que se assemelham na aparência aos aparelhos de ar-condicionado, para “fazer água”. Segundo o presidente, o maquinário tem baixo consumo de energia e é capaz de produzir água a partir do ar.
O general Heleno acrescentou que a política externa deve respeitar as características de cada país e que o Brasil respeita essas singularidades. “Temos restrições a algumas aberrações que existem no mundo”, destacou.