Irmã de Marielle reage a Witzel: “Quer usar o nome dela de escudo”
Anielle lembrou que o político participou do ato no qual dois deputados quebraram placa de homenagem à vereadora assassinada
atualizado
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A professora Anielle Franco, irmã da vereadora do Psol Marielle Franco, assassinada por milicianos no centro do Rio de Janeiro em março de 2018, reagiu às alegações do governador cassado Wilson Witzel sobre as investigações do crime, nesta quarta-feira (16/6), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado.
Anielle lembrou que Witzel chegou ao poder após uma campanha na qual ele participou de episódio em que os deputados Daniel Silveira e Rodrigo Amorim quebraram uma placa em homenagem à vereadora assassinada. O governador cassado, então candidato à gestão estadual, fazia parte do grupo político contrário ao andamento das investigações.
“Na hora de apoiar a quebra da placa não colocou a culpa na minha irmã… Subiu, fez charminho, riu, e achou lindo! Agora quer usar o nome dela de escudo? Assuma seus atos @wilsonwitzel Eu heim! Nos poupe de passar ainda mais raiva nesse país!”, escreveu Anielle.
Na hora de apoiar a quebra da placa não colocou a culpa na minha irmã… Subiu, fez charminho, riu, e achou lindo! Agora quer usar o nome dela de escudo? Assuma seus atos @wilsonwitzel Eu heim! Nos poupe de passar ainda mais raiva nesse país!
— Anielle Franco (@aniellefranco) June 16, 2021
A irmã da vereadora ainda ressaltou que apoiar o avanço nas investigações era o “mínimo” que Witzel poderia fazer. “Mas ele, como governador, era o mínimo a ser feito. Mesmo assim, depois de 1.190 dias, ainda não sabemos o mandante do crime. Quem mandou matar Marielle e por quê?”
O ex-governador do Rio de Janeiro afirmou, durante depoimento à CPI, que foi perseguido após as investigações do caso Marielle Franco, vereadora do Rio morta a tiros em março de 2018, ao lado do motorista Anderson Gomes.
“Tudo isso começou porque eu mandei investigar, sem parcialidade, o caso Marielle. Quando foram presos os dois executores da Marielle, o meu calvário e a perseguição contra mim foram inexoráveis”, declarou Witzel à CPI.
Para embasar seu argumento, Witzel destacou uma live do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizada na capital dos Emirados Árabes Unidos.
“Ver um presidente da República, numa live lá em Dubai, acordar na madrugada para me atacar, para dizer que eu estava manipulando a polícia do meu estado, ou seja, quantos crimes de responsabilidade esse homem vai ter que cometer até que alguém o pare?”, disse.