Investigação no Senado sobre gesto de Filipe Martins corre em sigilo
Assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro é suspeito de ter feito sinal associado a supremacistas brancos durante uma audiência
atualizado
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A investigação da Polícia Legislativa do Senado que envolve Filipe Martins, assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), corre em segredo e sem prazo para ser concluído.
As informações foram reveladas pelo site O Antagonista e confirmadas pelo Metrópoles.
Em 24 de março, ele fez um gesto associado a supremacistas brancos durante uma audiência no Senado. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) determinou a abertura do processo. Filipe Martins alegou que estava apenas ajeitando a lapela do terno.
O trejeito foi denunciado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Felipe Martins acompanhava o então ministro das Relações Exteriores, chanceler Ernesto Araújo, numa sessão para falar sobre a atuação do Itamaraty na compra de vacinas contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio Grande do Sul encaminhou para o Distrito Federal um pedido de abertura de investigação contra o assessor.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), existe “suposta prática de crime de racismo e improbidade cometido por servidor público federal, no exercício do cargo”.
Veja o gesto feito pelo assessor:
Voto de censura
Em 31 de março, o plenário do Senado aprovou “voto de censura” a Filipe Martins. “O senhor Filipe Martins comportou-se de forma completamente inadequada, desrespeitosa e quiçá criminosa”, ressaltou Pacheco, à época.
O gestual, capturado e transmitido pelas câmeras da TV Senado, remonta à sigla “WP”, que significa “white power” ou, em português, “poder branco’”.
Tal gesto tem sido amplamente replicado por membros de grupos de extrema direita e por simpatizantes do movimento supremacista branco em protestos e redes sociais por todo o mundo.