Investigação conclui que assessor de Bolsonaro fez gesto racista
Filipe Martins fez o gesto no momento em que acompanhava o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no Senado Federal
atualizado
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A Polícia do Senado confirmou, nesta terça-feira (4/5), ao Metrópoles que concluiu o inquérito que apurava o gesto feito pelo auxiliar do governo Jair Bolsonaro Filipe Martins durante uma reunião, no dia 24 de março, para discutir a pandemia de Covid-19, no Senado Federal.
A Folha de São Paulo divulgou que a investigação apontou que os gestos feitos às costas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tinham conotação racista. Agora o Ministério Público Federal (MPF) terá que decidir se denuncia Martins ou se opina pelo arquivamento.
O auxiliar do governo foi indiciado com base no artigo 20 da lei 7.716/1989: : “Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.
A pena prevista para esse tipo de crime é de reclusão de um a três anos e multa. Já o inciso 2º do artigo 20 diz que a pena de reclusão passa a ser de dois a cinco anos caso os crimes sejam cometidos por intermédio de meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza.
Relembre
O assessor de Bolsonaro fez o gesto no momento em que ele acompanhava o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em uma audiência no Senado. Filipe Martins é assessor especial da Presidência da República, e tido como espécie de “vice-ministro” do Exterior.
O gesto feito pelo servidor pode ter várias conotações. Além de ser usado pelos supremacistas brancos nos Estados Unidos, pode indicar uma obscenidade.
Também pode simbolizar as letras “W” e “P” das palavras “white power”, que significam “poder branco”.