Instituições têm que dissolver acampamentos até dia 1º, diz Lindbergh
Deputado, integrante GT de Governo da Transição, se preocupa principalmente com o acampamento de apoiadores bolsonaristas em Brasília
atualizado
Compartilhar notícia
O deputado federal Lindbergh Farias (PT), ao chegar no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, na tarde desta segunda-feira (26/12), disse que os comandantes das Forças Armadas, em conjunto com as forças de segurança, devem achar meios para “dissolver” os acampamentos bolsonaristas que ainda restam no Brasil.
A preocupação de Lindbergh, integrante do GT de Governo da Transição, abarca, principalmente, o acampamento de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, uma vez que a posse presidencial acontecerá em menos de uma semana e a poucos quilômetros de onde estão concentrados.
“As insituições têm que ser fortes pra dar uma resposta. Têm que punir exemplarmente. Foi um ato terrorista. Ele [Washington de Oliveira Sousa] estava lá no quartel general, onde se agrupam. Espero que exista uma ação por parte das Forças Armadas e também da Secretaria de Segurança do Distrito Federal para tirar e dispersar essa turma antes do dia 31”, sugeriu.
“O bom senso diz que as instituições têm que procurar dissolver e desarmar aquele acampamento, é muito perigoso em um momento de festa. Vão ter 30 mil pessoas de fora aqui em Brasília e tudo que não se quer é algum ato tresloucado de uma pessoa desse acampamento”, completou Lindbergh Farias.
O deputado disse ainda que as caravanas que estão se organizando para vir a Brasília por ocasião da posse são compostas por pessoas que “não estão com medo”. “Nossos militantes não estão com medo, estão vindo celebrar. Há muito tempo estão programando, então a militância não vai deixar de vir”, salientou.
Esconderijo de pessoas com más intenções
Nesta segunda-feira, o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), afirmou que os acampamentos bolsonaristas em frente a quartéis do Exército serão desfeitos a partir do dia 1º de janeiro.
“Esperamos que ao longo dessa semana as autoridades federais tomem as providencias legais. Se eventualmente não tomarem, a partir do dia 1º a nova equipe governamental o fará”, afirmou Dino, em entrevista à GloboNews na manhã desta segunda.
O ex-governador do Maranhão afirmou que os acampamentos se tornaram uma espécie de esconderijo de pessoas com más intenções.
“A Constituição define o direito de reunião como aquele que é exercito sem armas. No momento que isso é quebrado, não estamos mais diante do uso de um direito, mas de um abuso. O próprio investigado afirma que obteve explosivos justamente nesse acampamento ao redor de um quartel”, disse.
Bombas por Brasília
Faltando menos de uma semana para o grande evento de posse do presidente eleito, explosivos foram encontrados em duas regiões de Brasília, capital federal. No sábado (24/12), as forças policiais interceptaram a tentativa de detonação de uma bomba em um caminhão de querosene no Aeroporto de Brasília.
O empresário bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, que planejava cometer atentados em Brasília, disse em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que estava “preparado para matar ou para morrer”.
O homem foi preso com arsenal composto por armas e explosivos, na noite de sábado, véspera de Natal. Em depoimento, ele afirmou que veio para a capital federal “preparado para guerra” e que aguardava uma “convocação do Exército”, pois é um “defensor da liberdade”.