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Inflação pode terminar 2023 dentro do limite da meta, diz secretário da Fazenda

Secretário de Política Econômica, Guilherme Mello avalia ser possível finalizar o ano com inflação dentro do intervalo de metas

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O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirma que a inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pode encerrar o ano de 2023 dentro do limite superior da meta, ou seja, até 4,75%.

“Existe a possibilidade real de a inflação fechar dentro do limite superior da banda neste ano, o que era algo inesperado até para nós [da equipe econômica]”, disse Mello em entrevista ao Metrópoles.

A meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano é de 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.

Desde o início do ano, a Fazenda fazia projeções menores para a inflação que as do mercado. Inicialmente, porém, não se esperava que o índice ficasse abaixo de 5%. Os últimos indicadores econômicos mudaram essa perspectiva.

O Relatório Focus divulgado na segunda-feira (3/7) estima inflação de 4,98% para este ano (ainda acima do teto) – a projeção da semana passada era de 5,06%.

Se a inflação do primeiro ano do governo Lula (PT) for cumprida, será a primeira vez sem estouro em dois anos. A última vez em que a meta foi cumprida ocorreu em 2020, quando os impactos da pandemia levaram o índice a 4,5% (naquele ano, o centro da meta era de 4%, com teto de 5,5%).

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Entrevista com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello.

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Na semana passada, o Relatório de Inflação (RI) do Banco Central reduziu a probabilidade de a inflação ficar acima do limite superior em 2023: passou de 83% em março para 61% em maio.

O secretário ainda comentou a expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. No início desta semana, ele indicou que o governo deve elevar a projeção de crescimento da economia para algo em torno de 2,5% a 3%.

“Não é nenhum otimismo exagerado você falar que o crescimento vai ser entre 2,5% e 3%, muito pelo contrário”, afirmou ele à reportagem, citando estimativas ainda mais otimistas de bancos. “As projeções se deslocaram para próximo das nossas, assim como a inflação.”

“Só o carry over, o carregamento estatístico, ou seja, se a gente não crescer mais nada [até o final do ano], a gente cresce 2,4%”, prosseguiu ele.

Sobre a taxa básica de juros (Selic), principal instrumento para controle da inflação, Guilherme Mello afirmou que “já há hoje, e há algum tempo, na nossa opinião, espaço para flexibilização da política monetária”. “Nós acreditamos que as condições estão dadas.”

Na curva de juros está embutida uma queda em agosto e crescem as apostas em um corte de 0,5 ponto percentual. A tendência ainda é de que Selic fique em dois dígitos no primeiro ano de governo, na visão do secretário.

O mercado de crédito, como indústria e varejo, são os que mais sofrem com taxas de juros mais elevadas. Há pressão desses segmentos pelo início do ciclo de cortes.

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Déficit

Segundo o secretário, o déficit primário deve ficar em torno de 1% do PIB, próximo dos R$ 100 bilhões. O déficit ocorre quando as despesas superam as receitas. Estão descontados do cálculo os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública. Quando acontece o contrário, há superávit.

“A gente continua trabalhando com algo em torno de 1% do PIB. No último relatório, estava R$ 130 bilhões. A gente está trabalhando com algo próximo de R$ 100 bilhões”, disse o secretário.

Segundo o relatório de avaliação de receitas e despesas primárias do segundo bimestre, divulgado no fim de maio, a estimativa de déficit primário em 2023 passou de R$ 107,6 bilhões, o que equivale a 1% do PIB, para R$ 136,2 bilhões (1,3% do PIB).

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Esse valor ainda está abaixo da meta fiscal para 2023, de déficit primário de R$ 238,0 bilhões (2,2% do PIB). O governo tem dito que vai zerar o déficit nas contas públicas a partir de 2024.

“Tudo que a gente falou lá no começo está se concretizando”, frisou Mello, salientando confiança na agenda econômica proposta pela atual equipe.

Entre as surpresas positivas recebidas pelo grupo, está o resultado do agronegócio no primeiro trimestre do ano, que puxou para cima as expectativas de crescimento do PIB.

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