Indicado para BC fala em “grande afinidade de pensamento” com Haddad
Indicado para a diretoria do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo disse que estranho seria se não houvesse afinidade entre ele e Haddad
atualizado
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O secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, disse, nesta terça-feira (9/5), que há “grande afinidade de pensamento” com o titular da pasta, Fernando Haddad. O secretário afirmou ainda que sua indicação para a Diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC) visa facilitar a convergência entre as políticas monetária e fiscal.
“É óbvio que existe uma grande afinidade de pensamento com o ministro Fernando Haddad, e a intenção é conseguir facilitar esse diálogo, facilitar essa convergência das duas políticas”, disse Galípolo à imprensa na sede do Ministério da Fazenda.
Em seguida, ele minimizou críticas de que, ao indicar o braço direito do ministro da Fazenda, o governo estaria tentando interferir na autoridade monetária. Segundo ele, está sendo cumprido o que prevê a lei da autonomia do Banco Central.
“Cada governo que chegar vai indicar os seus diretores e me parece trivial e esperado que os diretores sejam indicados (a partir) de algum tipo de afinamento e alinhamento com o governo eleito. Aliás, é saudável do ponto de vista democrático que assim o seja”, pontuou.
Na segunda-feira (8/5), Galípolo foi indicado para a Diretoria de Política Monetária do BC. A diretoria, que faz a ponte com o mercado, era comandada por Bruno Serra Fernandes, exonerado do cargo no fim de março.
O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que informou os primeiros nomes escolhidos pelo terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a cúpula da autoridade monetária.
Haddad também anunciou o servidor de carreira Ailton Aquino dos Santos para a Diretoria de Fiscalização do BC.
Perfil
Galípolo, de 39 anos, acumula experiências no setor público e privado. Ele fez a ponte entre integrantes da campanha de Lula em 2022 e atores do mercado financeiro.
Ele atuou de 2017 a 2021 como presidente do Banco Fator e, desde 2009, é sócio da empresa Galípolo Consultoria, responsável por estudos de viabilidade econômico-financeira de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs). Ele também fez parte do conselho da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Formado em ciências econômicas e mestre em economia política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Galípolo é pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). Ele também foi professor de graduação na Faculdade de Economia da PUC-SP, entre 2006 e 2012.
No setor público, chefiou a assessoria econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo e atuou como diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento paulista, na gestão de José Serra (PSDB).
Confirmação
O nome de Galípolo será submetido à análise do Senado Federal. Primeiro, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) sabatina os indicados e, em seguida, eles precisam ser aprovados pelo Plenário da Casa, sendo necessários os votos favoráveis de 41 dos 81 senadores.
A aprovação é, então, comunicada à Presidência da República, que faz a nomeação final.
Em 2023, Lula poderá substituir até quatro diretores da autoridade monetária. Além dos dois nomes indicados neste mês de maio, os mandatos dos diretores de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta e de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos também se encerrão até o final do ano.
O Banco Central é composto por nove diretores, sendo um o presidente.