Indicação da deputada Bia Kicis à CCJ sofre resistência na Câmara e no STF
A procuradora aposentada é alvo de inquérito sobre fake news e atos antidemocráticos e, na avaliação dos pares, traria desgaste ao colegiado
atualizado
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A indicação da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) para assumir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados tem sofrido resistência de parlamentares – aliados e opositores – e incomodado até parte do Supremo Tribunal Federal (STF), diz um deputado governista. Ela é alvo de investigação sobre divulgação de fake news e realização de atos antidemocráticos, lembra um governista.
O desconforto parte de deputados ligados ao presidente eleito da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), inclui a ala do PSL não bolsonarista e a oposição.
Na avaliação de parlamentares, a deputada bolsonarista usaria a comissão mais importante da Casa para travar uma “batalha ideológica” e traria desgastes desnecessários ao governo Jair Bolsonaro e ao novo presidente da Casa, Arthur Lira, na aprovação de matérias relevantes. Todas começam pela CCJ.
Contudo, como cabe ao PSL a indicação para esse colegiado e a decisão é interna, parlamentares de outros partidos, inclusive da base governista, querem reverter a indicação no convencimento para evitar disputas nos colegiados, o que poderia desencadear um efeito cascata em outras comissões.
Um deputado ligado a Lira avalia que a quebra de acordo na eleição da Mesa Diretora da Câmara, nesta quarta-feira (3/2), que conduziu o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar (PE), ao cargo de 1° secretário pode atrapalhar os planos de Bia Kicis.
Afinal, havia um acordo no qual ele ficaria com o cargo na Mesa, sem disputas de candidaturas avulsas, e a ala bolsonarista indicaria alguém à CCJ. O acordo, todavia, foi quebrado com a candidatura avulsa de Léo Motta (PSL-MG), que não teve sucesso.
Como combustível adicional à rejeição interna, internautas vêm criticando, desde a noite de terça-feira (2/2), nas redes sociais, a indicação da parlamentar para a comissão tida como a mais importante da Casa, pois é nela que se define a legalidade ou não de cada proposta em tramitação.