Impeachment de Bolsonaro: Frota inclui ida a ato pró-AI-5 na peça
Para o ex-aliado do presidente, participação em manifestações pedindo golpe militar mostra que ele “não defende a democracia”
atualizado
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O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), autor de pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), fez, nesta segunda-feira (20/04), um aditamento à peça jurídica que embasa a iniciativa.
Para o parlamentar, a participação de Bolsonaro em manifestação no último domingo (19/04) que defendia intervenção militar e fechamento do Congresso e do STF é mais um motivo para que ele seja afastado da Presidência.
No pedido inicial, Frota acusava o ex-militar de crime contra a saúde pública na gestão da pandemia de coronavírus, entre outras denúncias.
Na nova peça, o deputado diz que o presidente Bolsonaro, “sem o menor decoro que o cargo requer, foi às ruas para participar de uma pequena manifestação onde os participantes pediam a volta do regime militar e do Ato Institucional n°5 editado durante o período de exceção que vivemos no país”.
Frota lembrou uma das frases de Bolsonaro no discurso: “Nós não queremos negociar nada”. Para o deputado, “fica clara a intenção do presidente em não mais querer debater suas ideias com os outros poderes da União, ou seja, não defende a democracia como princípio, a intenção está clara de governar autoritariamente sozinho. O réu não sabe conviver com o sistema de freios e contrapesos”.
O parlamentar considera que o comportamento do presidente configura crime de responsabilidade. Para que o processo comece a andar, é preciso que Rodrigo Maia aceite o pedido. O presidente da Câmara tem resistido a fazer esse movimento, apesar dos ataques que tem recebido de Bolsonaro.