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Impasse por IFA ameaça entrega de 54 milhões de doses, afirma Covas

Recentemente, o Instituto Butantan entregou, com quase duas semanas de atraso, 46 milhões de doses da Coronavac ao Ministério da Saúde

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O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou, nesta quinta-feira (27/5), que os atrasos na importação de Ingredientes Farmacêuticos Ativos (IFAs) ameaçam a entrega de 54 milhões de doses da Coronavac até 30 de setembro — prazo previsto em contrato firmado com o Ministério da Saúde.

“Ainda não temos uma programação para dizer se cumpriremos até 30 de setembro esse contrato. Existe lá [na China] um rito burocrático que tem durado mais de mês para obter essa liberação”, afirmou o diretor do Butantan à CPI da Covid.

Recentemente, o Butantan entregou, com quase duas semanas de atraso, 46 milhões de doses à Saúde. O descumprimento do prazo, segundo ele, decorreu da dificuldade na importação dos insumos.

Em fevereiro deste ano, o Butantan alertou o Ministério da Saúde sobre atrasos na entrega de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). Em ofício encaminhado à pasta, ao qual o Metrópoles teve acesso, o instituto informa que o carregamento previsto para janeiro só tinha chegado naquele mês.

Ele reiterou que, entre as dificuldades apontadas para vacinação da população com o imunizante, estão os posicionamentos e manifestações contrárias do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à vacina.

“É senso comum: não precisa dizer que há problemas de relacionamento [do Brasil com a China], é senso comum. Cada declaração que ocorre no Brasil, repercute na imprensa lá. As pessoas da China têm grande orgulho da contribuição que o país dá ao mundo neste momento”, disse Covas.

As declarações de Bolsonaro, segundo ele, “repercutem nas questões burocráticas, que demorariam 15 dias, e hoje demoram mais de mês. Nós que estamos na ponta sentimos isso. A Fiocruz também sentiu essa dificuldade. Negar isso não é possível”, acrescentou.

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Diretor do Butantan, Dimas Covas, em depoimento na CPI da Covid
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Segundo Covas, o Ministério da Saúde apenas firmou a compra dos imunizantes em 2021, mesmo tendo recebido ofertas em 2020, incluindo uma de 60 milhões de unidades em julho do ano passado. “A não aceitação da primeira oferta [de julho] significa 60 milhões [de doses ignoradas] até dezembro de 2020”.

“Isso [o posicionamento do presidente] mudou a perspectiva do próprio Ministério da Saúde. Todas as negociações que ocorriam, a partir desse momento, foram suspensas. Não houve mais progresso nessas tratativas até janeiro. A partir desse momento, o nosso caminho era outro”, acrescentou.

CPI da Covid

Dimas Covas é o décimo depoente do colegiado. Antes dele, a comissão parlamentar ouviu a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro.

Os senadores ouviram os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.

O ex-chanceler Ernesto Araújo, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, também prestaram depoimento.

A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.

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