Heleno sobre apreensão de celular de Bolsonaro: “Agressão à normalidade”
Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional disse que não fez ameaças em nota encaminhada
atualizado
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O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse nesta quinta-feira (28/05) que “fez nota genérica” ao manifestar indignação quanto ao pedido de apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR)pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello. A solicitação foi feita por partidos políticos.
“O que está dito ali é que aquela atitude não se justifica, que a maior autoridade do país tenha o seu telefone celular apreendido a troco de coisas que não têm o menor sintoma de crime. Apreender o celular do presidente não faz sentido, foi isso que eu disse, que é uma agressão à normalidade institucional”, pontuou Heleno.
O titular do GSI afirmou que não endereçou a nota, na qual afirmou que eventual aceitação da apreensão do celular do mandatário do país poderia ter “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.
“Não dirigi a nota a ninguém, uma nota completamente neutra, colocando o problema em si, sem citar nomes. Só coloquei o problema, não falei em Forças Armadas, não falei em intervenção militar”, enfatizou o general.
O ministro também criticou manifestações que pedem a intervenção de militares no país e disse que uma nova geração crescerá acreditando que a interferência das Forças Armadas é a solução.
“Teve gente que viu ali [na nota] o preâmbulo da intervenção militar, que agora virou moda. Isso é uma coisa absurda, ninguém está falando nisso, ninguém pensa isso, ninguém está pensando em golpe, nada disso. Se essa geração vier achando que intervenção militar resolve alguma coisa, vamos formar uma geração completamente deturpada”, assinalou.
Leia a íntegra da nota
Nota à nação brasileira
O pedido de apreensão do celular do Presidente da República é inconcebível e, até certo ponto, inacreditável.
Caso se efetivasse, seria uma afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma interferência inadmissível de outro Poder, na privacidade do Presidente da República e na segurança institucional do país.
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional.
Augusto Heleno Ribeiro Pereira