Helder Barbalho sobre demissão de Daniela do Turismo: “Não vamos achar ruim”
O governador do Pará, Helder Barbalho, deu apoio ao conterrâneo Celso Sabino, cotado para o Ministério do Turismo
atualizado
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O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), defendeu publicamente a demissão da ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), que está balançando no cargo há semanas.
“O Pará, presidente [Lula], tem 17 deputados federais. Dos 17, 14 compõem sua base de sustentação. […] Vou lhe dizer, presidente, que se o Pará tiver mais um ministro, nós não vamos achar ruim, porque fortalece o nosso estado e, portanto, caso sua decisão seja essa, o Celso [Sabino] representará todos nós como o ministro Jader para que o Pará possa estar fortalecido diante da nossa sociedade”, disse Helder.
A declaração foi dada durante a cerimônia de anúncio da realização da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), em Belém, do qual Lula participou. O cotado para ao Ministério do Turismo, o deputado federal Celso Sabino, acompanhava a comitiva presidencial.
Daniela Carneiro, conhecida como Daniela do Waguinho, é considerada distante da bancada do partido na Câmara. Ela move, junto a outros cinco deputados do Rio, processo para mudar de sigla sem perder o mandato. A ideia é migrar para o Republicanos.
Em busca de apoio para assumir o cargo, o deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA) ligou, segundo o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, para lideranças de seu partido e até de outras legendas.
Barbalho foi um deles. Na conversa, Sabino citou ao governador de seu estado que há um movimento para ele assumir o Ministério do Turismo. Barbalho respondeu que não tinha qualquer veto à nomeação do deputado.
Depois de muitas conversas, havia a expectativa de que a ministra fosse demitida na terça-feira (13/6). No mesmo dia, Lula chamou Daniela para uma reunião, mas não houve decisão sobre a exoneração.
O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, não descartou, no entanto, a saída de Daniela Carneiro do Turismo em breve.
Segundo o chefe da pasta, haverá uma reunião nos próximos dias com o União Brasil, sigla de Daniela, para resolver a questão.
Reforma ministerial
Interlocutores do governo no Congresso contam que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), quer colocar aliados no Ministério da Saúde e nas três pastas hoje comandadas por indicados do União Brasil – partido que não tem dado o apoio esperado ao governo, apesar de ter grande espaço na Esplanada dos Ministérios.
Segundo apurou a reportagem do Metrópoles, o presidente da Câmara defende entregar essas pastas para partidos que hoje não estão no primeiro escalão, como o PP, sua própria legenda, e o Republicanos.
Com a saída de Daniela, o União comanda o Ministério das Comunicações, com Juscelino Filho, e o da Integração Nacional, com Waldez Goés. Como o partido realmente não tem atuado como base do governo, em tese, a entrega das pastas para aliados de Lira não é algo impossível.
Na Saúde, porém, a resistência deve ser maior. Lula não gostaria de colocar a pasta, comandada hoje por Nísia Trindade, no contexto das trocas políticas. O petista, da mesma forma, resiste em abrir conversas sobre abrigar indicações políticas entre os ministros palacianos, que se encontram sob ataque de parlamentares e são acusados de ter culpa nos problemas de relacionamento do governo com o Congresso.