Haddad diz ter sugerido a Lula aproximação com Alckmin
Ex-ministro defendeu conversas fossem adiantadas com quem não o apoiou no segundo turno das eleições de 2018
atualizado
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O ex-ministro da Educação e pré-candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) disse, nesta terça-feira (28/12), ter sugerido ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproximação com figuras como o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Recém saído do PSDB, Alckmin tem conversado com Lula e lideranças petistas a fim de uma aliança nas eleições presidenciais de 2022.
“Eu falei: ‘Presidente, vamos começar a eleição pelo segundo turno’. O que quer dizer? Se eu tivesse tido o apoio do PSDB e do PDT no segundo turno de 2018, esse desastre que está acontecendo no Brasil, com a eleição de uma pessoa completamente despreparada para governar o país, não estaria acontecendo. Eu vivi na pele o que é um segundo turno mal arrumado. O PSDB e o PDT não podiam ter feito o que fizeram sabendo quem era o Bolsonaro”, disse Haddad em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Segundo ele, a ideia era conversar com quem não o apoiou no segundo turno de 2018 porque seriam essas pessoas que defenderiam Lula agora. “Nós temos que trabalhar quem não esteve comigo no segundo turno. Foi aí que começou o encontro com o Fernando Henrique, o encontro com Tasso Jereissati, o encontro com o Kassab, o encontro com várias… Inclusive com o Alckmin. Aí começou a surgir uma aproximação a partir de uma discussão de segundo turno.”
No último dia 19, Lula e Alckmin estiveram juntos em um jantar organizado pelo Grupo Perrô, de advogados defensores do amplo direito de defesas, em São Paulo. Foi o primeiro encontro público em anos dos dois ex-adversários.
Sem comentar diretamente a possibilidade de Alckmin ser vice de Lula, Haddad disse ter sido “ótimo” os dois terem iniciado o diálogo antes mesmo do primeiro turno.
As agendas de Alckmin, que deixou o PSDB há alguns dias e ainda não anunciou o novo partido, indicam que o político está se dedicando a construir pontes com antigos adversários políticos.
Há uma articulação em curso para que o ex-tucano entre no PSB (ou no PSD) e forme uma chapa presidencial com o ex-presidente Lula nas eleições de 2022.