Haddad diz que há “espaço consistente” para uma queda na taxa de juros
Ministro disse haver grande expectativa da equipe econômica do governo para que corte na Selic venha a partir de agosto deste ano
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta quinta-feira (29/6), ver espaço consistente para um corte na taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75% ao ano. “Minha opinião é a de que há espaço consistente para uma queda na taxa de juros. Deve ter economista que concorda e deve ter economista que discorda”, disse o ministro.
“Por tudo que está acontecendo, há uma grande expectativa da área econômica do governo de que, a partir de agosto, nós tenhamos cortes consistentes das taxas de juros em virtude do fato de que os indicadores todos estão demonstrando convergência”, completou Haddad.
Ele salientou que as incertezas acerca da economia foram dissipadas ao longo do primeiro semestre de 2023 e citou medidas do governo, como o novo marco fiscal.
Haddad frisou também que o Banco Central (BC) já sinaliza que a inflação projetada para 2025 está no centro da meta estipulada.
As declarações foram dadas em coletiva de imprensa após reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no qual foi estipulada a meta de inflação para 2026, último ano do governo Lula (PT).
Governo e BC definem meta de inflação de 2026: 3%, com 1,5 p.p. de tolerância
Novo modelo de meta
Na mesma ocasião, Haddad anunciou a mudança no modelo de meta de inflação a partir de 2025, do ano-calendário para um regime contínuo.
A reunião ordinária do CMN deste mês ocorreu em meio às críticas do governo ao atual patamar da Selic, em 13,75% ao ano. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a taxa. A Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado para controle da inflação.
Além de Haddad, o CMN é formado pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto. O governo, portanto, tem maioria.