Haddad diz que, em 2022, Bolsonaro fez “compra de votos descarada”
Ministro Fernando Haddad disse que ex-presidente Jair Bolsonaro não foi controlado e o chamou de “psicopata” e “lunático”
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por medidas adotadas em 2022, mirando a reeleição. Segundo Haddad, essas iniciativas desorganizaram as finanças públicas.
“Tudo virou uma bagunça, Previdência virou uma bagunça, Bolsa Família virou uma bagunça, seguro-desemprego virou uma bagunça, aqueles auxílios todos para taxistas, para caminhoneiros”, iniciou Haddad em entrevista ao podcast do jornalista Reinaldo Azevedo, transmitida nesta segunda (14/8). O programa foi gravado em São Paulo, na última sexta-feira (10/8).
O ministro lembrou que essas medidas foram anunciadas entre junho e outubro, às vésperas do pleito. “O objetivo não era ajudar, o objetivo era comprar voto. Era uma compra de votos descarada, com dinheiro público, sem nenhum controle”.
Segundo o ministro, havia um temor de frear Bolsonaro: “Todo mundo com medo do que podia acontecer com o país. Então, ninguém botava um freio no Bolsonaro porque ele iria alegar que estavam querendo prejudicar o governo dele e iria se vitimizar”.
O titular da pasta econômica afirmou ainda ser preciso “começar a botar ordem nisso” e defendeu que há “muito espaço” para combater fraudes e o desperdício de dinheiro público.
Haddad chama Bolsonaro de “psicopata”
Perguntado sobre a lei que conferiu autonomia ao Banco Central (BC), aprovada na gestão passada, Haddad disse que não aprovaria a matéria com Bolsonaro na Presidência.
“Eu não votaria naquelas circunstâncias pela autonomia por causa do Bolsonaro”, disse, chamando o ex-mandatário de “lunático”.
“Não cai a ficha que a gente correu o maior risco da história do Brasil? Estávamos na mão de um psicopata que era capaz de qualquer coisa”, continuou o ministro, que disputou a Presidência da República contra Bolsonaro em 2018.
“Nós nos metemos numa aventura maluca. Eu não aprovaria nada com o Bolsonaro no poder”, concluiu Haddad.