Hackers: “Retaliação do governo”, diz Glenn sobre denúncia do MPF
No Twitter, o jornalista norte-americano disse que sempre apoiará a imprensa livre e que não será intimidado por integrantes do Executivo
atualizado
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O jornalista Glenn Greenwald afirmou, nesta terça-feira (21/01/2020), que a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra ele e mais seis pessoas por invasão de celulares é uma “retaliação” do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Isso porque Greenwald é cofundador e colunista do site The Intercept Brasil, que usou as mensagens obtidas por hackers para publicar uma série de reportagens no portal sobre as relações de procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba com autoridades como o ex-juiz federal Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública.
“Obviamente é uma retaliação feita pelo governo Bolsonaro. Nunca vamos ser intimidados por ninguém e vamos continuar a fazer nosso jornalismo. Estamos fazendo nosso trabalho para a próxima reportagem e sempre vamos defender uma imprensa livre”, publicou o repórter norte-americano no Twitter.
Segundo Greenwald, a decisão do MPF é ainda um “ataque à liberdade de imprensa”, porque viola uma cláusula constitucional. “Não seremos intimidados pelo abuso do aparato do Estado nem pelo governo Bolsonaro”.
O jornalista também afirmou que não foi investigado pela Polícia Federal. “A própria polícia fez uma investigação completa e concluiu com clareza que eu não cometi nenhum crime, disse que sempre fiz meu trabalho como jornalista com muita cautela, responsabilidade e profissionalismo.”
A decisão do MPF de incluir Greenwald foi adotada alegadamente em respeito à medida cautelar proferida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu apurações sobre a atuação do denunciado. Durante a análise de um computador MacBook apreendido – com autorização da Justiça – na casa de Walter Delgatti, foi encontrado áudio de um diálogo entre Luiz Molição e Greenwald.