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Há menos de um mês, PSL/Livres não queria Bolsonaro. O que mudou?

A Lupa checou o que fez o PSL mudar de ideia em relação ao deputado federal: mês passado, a sigla descartou a candidatura

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Brasilia (DF), 26.01.17 – Gays e Bolsonaro Local: Lago Sul Foto: Giovanna Bembom/Metropoles
1 de 1 Brasilia (DF), 26.01.17 – Gays e Bolsonaro Local: Lago Sul Foto: Giovanna Bembom/Metropoles - Foto: Geovanna Bembom/Metrópoles

Após o fim das negociações com o Patriotas para se lançar candidato à Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro encontrou seu partido para as eleições deste ano. O deputado pernambucano Luciano Bivar, presidente nacional do PSL, anunciou nessa sexta-feira (5/1) que o carioca será o candidato da sigla na corrida eleitoral.

Mas o anúncio contradiz uma nota publicada pela legenda há menos de um mês. Em dezembro do ano passado, o PSL/Livres, como o partido vinha sendo chamado desde 2016, negou a filiação de Bolsonaro, “Em função das evidentes e conhecidas divergências de pensamento”. O que mudou entre o mês passado e o anúncio da última noite? A Lupa checou.

Daniel Ferreira/Metrópoles

“O projeto político de Jair Bolsonaro é absolutamente incompatível com os ideais do LIVRES e o profundo processo de renovação política com o qual o PSL está inteiramente comprometido.”

Comunicado publicado pelo PSL/Livres em 20 de dezembro de 2017, na página oficial do PSL nacional no Facebook

Nesta tarde, o presidente nacional do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), divulgou documento no qual destaca o “orgulho” com que o PSL recebe a pré-candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República. O pernambucano afirma: “é com muita honra que o deputado se sente abrigado pela legenda, e muito à vontade, em um partido onde existe total comunhão de pensamentos.”

Em contato com a Lupa, Bivar afirmou não haver contradição entre a posição de dias atrás e o anúncio da tarde de sexta-feira. Ele tentou minimizar a ideia de que o PSL estivesse mudando de nome para Livres.

“No mesmo momento em que essa nota foi publicada, o PSL tradicional achou que o Bolsonaro era bem-vindo”, afirmou. “Hoje, as escolhas são muito mais convergentes do que divergentes. O Livres é um movimento que continua existindo, e o PSL continua sendo PSL”. Bivar também disse à Lupa que o número 17, apresentado pelo Livres, continuará sendo utilizado pelo PSL.

Se hoje Bivar nega que o partido estivesse em processo de refundação, fato é que o PSL assumiu o nome Livres em seus canais de divulgação desde 2016. A propaganda partidária e a página no Facebook da legenda passaram a evidenciar o nome. A peça veiculada na TV em março de 2017 é clara: o partido dedica os 5 minutos do vídeo a apresentar o Livres e, ao fim, pede: “filie-se ao PSL”.

Pouco depois do anúncio da filiação de Bolsonaro ao partido, a página publicou um comunicado anunciando que o movimento Livres deixaria o PSL. “Agora, infelizmente, Livres e PSL tomam caminhos separados. A chegada do deputado Jair Bolsonaro, negociada à revelia dos nossos acordos, é inteiramente incompatível com o projeto do Livres de construir no Brasil uma força partidária moderna, transparente e limpa.”, diz a nota.

O comunicado afirma ainda que “o grupo que hoje forma o Livres se esforçará em conjunto para amadurecer e formalizar nosso modelo de governança, por meio do qual iremos deliberar democraticamente sobre a estratégia do movimento para as eleições 2018.”

Com reportagem de Leandro Resende e Natália Leal

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