Guedes leva “puxão de orelha” no Senado e se desculpa por irritação
Ministro da Economia passou por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e falou sobre a reforma da Previdência
atualizado
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A reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado Federal, com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quarta-feira (27/3), durou mais de cinco horas e foi recheada de questionamentos de parlamentares. Durante o encontro dos congressistas com o “guru” econômico de Jair Bolsonaro (PSL), houve momentos de tensão. No fim, Guedes pediu desculpas caso tenha ficado “irritadiço” e disse estar cansado.
Durante uma das respostas do ministro, um princípio de bate-boca se estabeleceu entre o economista e o presidente da CAE, senador Omar Aziz (PSD-AM).
Guedes falava sobre pessoas que recebem “20 vezes mais do que um trabalhador”, mencionando a classe política. “Acho isso ruim, errado. A nossa proposta está reduzindo e fazendo convergir os ganhos dos empresários, da classe política, de quem tenha privilégios”, destacou.
Nesse momento, o ministro foi interrompido pela senadora Kátia Abreu (PDT-TO). “Por favor, posso falar? Por favor, a senhora terá seu horário”, disse Guedes. A parlamentar continuou tentando tomar a palavra. “A senhora tem de ter alguma disciplina”, retrucou o economista.
Aziz, presidente da comissão, não gostou da manifestação do ministro e soltou: “O senhor não vai atacar os senadores. O senhor adiou três vezes sua vinda aqui. Os senadores são os verdadeiros representantes da população. Quis que a senadora calasse a boca”. E Guedes respondeu: “Não usei a expressão cala a boca”.
“O senhor cometeu um equívoco. Nós não recebemos 30 vezes o salário de ninguém, nós estamos no teto [constitucional]. Os senadores se aposentam com R$ 5,5 mil, o máximo, e não 30 vezes acima da população brasileira. Agora, os militares, sim, aposentam com 30 vezes mais”, afirmou Kátia Abreu, quando conseguiu o direito à palavra.
Assista:
Guedes finalizou sua participação em tom amigável. “Gente, quero pedir desculpas se em algum momento fiquei ‘irritadiço’. Ando muito cansado. A gente cansa também”, ponderou. “Senadora Kátia é brava. Quando ela levantou e partiu para cima, pela amor de Deus. Peraí! Senão ela me pega aqui e me dá um couro. Eu lamento, peço desculpas, acho que não fui ofensivo”, completou o ministro.