Guedes e Moro vão à Câmara nesta semana para defender projetos
Ministros estiveram no Senado na última quarta-feira. Fim do mês de março foi marcado por atritos entre Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o Planalto
atualizado
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Março foi marcado por dissidências entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o governo de Jair Bolsonaro (PSL). Depois de declarações amargas de ambas as partes, o clima só melhorou no fim do mês. Nesta semana, os titulares da Economia, Paulo Guedes, e da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, dão mais um passo para sepultar as rusgas entre os dois poderes da República. Os ministros vão à Câmara para fazer a defesa da reforma da Previdência e do pacote anticrime, respectivamente, perante os parlamentares.
Nos dias turbulentos, Maia chegou a dizer que Moro fez “copia e cola” nos projetos do pacote. O democrata também disparou que Bolsonaro estava “brincando” de governar. O economista Paulo Guedes, por sua vez, deu um bolo nos deputados federais na terça-feira (26/3), quando era esperado para falar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Os dois ministros estiveram no Senado Federal, na quinta (29), para falar de suas propostas. Na CCJ, Moro reforçou que não pretende minimizar o crime de caixa dois e demonstrou não abrir mão das regras anticorrupção. Guedes afirmou, em audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa, que não tem apego ao cargo caso os congressistas não queiram aprovar a nova Previdência.
Com o ministro Moro, as coisas se resolveram definitivamente num café da manhã programado pela líder do governo do Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), na quinta-feira. O parlamentar almoçou com Paulo Guedes em seguida. Entre um evento e outro, Jair Bolsonaro hasteou a bandeira branca. “Foi uma chuva de verão, mas agora o céu está lindo”, amenizou o presidente.
Mais tarde, no mesmo dia, houve o anúncio do nome do deputado Marcelo Freitas (PSL-MG) como relator da reforma da CCJ da Câmara.
Previdência
Na próxima quarta-feira (3/4), Paulo Guedes é esperado na comissão para explicar aos deputados, detalhadamente, a proposta da reforma da Previdência. No Senado, o ministro disse que foi aconselhado a faltar o encontro anterior porque seria “perda de tempo”, já que o relator não estava definido. Na noite de quarta, o presidente da República retorna de Israel e retoma os diálogos pela aprovação do projeto.
No dia seguinte (4), será a vez de uma comissão de juristas ser ouvida pelos integrantes da CCJ da Câmara. A previsão é de que em 17 de abril os deputados estejam prontos para votar – e aprovar, espera o governo – a admissibilidade da proposta.
Após a CCJ, o projeto seguirá para uma comissão especial na Câmara, onde passará por nova análise. Depois, caso aprovada nessa etapa, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência poderá ser votada no plenário da Casa. Por alterar a Constituição Federal, são necessários dois turnos no plenário para o projeto ser aprovado.
Pacote anticrime
Joice Hasselmann adiantou que Sergio Moro conversaria nesta semana com deputados do grupo de trabalho formado por sete parlamentares para analisar o pacote de medidas preparado por ele, que visa, em especial, o combate à corrupção e ao crime organizado. A equipe é coordenada pela deputada Margarete Coelho (PP-PI).
A líder do governo no Congresso disse que a expectativa é de que o tempo de discussão no grupo de trabalho, que pode chegar a 90 dias, caia pela metade.