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Grupos pró e contra Lula se enfrentam em manifestações pelo país

Este domingo marca um ano da prisão do ex-presidente pela Lava Jato, pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva

atualizado

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ALICE VERGUEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO
Ato em defesa de Lula na Avenida Paulista
1 de 1 Ato em defesa de Lula na Avenida Paulista - Foto: ALICE VERGUEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO

Movimentos de direita e esquerda promoveram manifestações na Avenida Paulista, em São Paulo, na tarde deste domingo (7/4), data em que completa um ano da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a nove anos e meio de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, em sentença dada pelo então juiz Sergio Moro e depois aumentada para 12 anos e um mês de prisão pelo TRF-4. Houve atos também em Curitiba, onde o petista está preso, em outras capitais do país e no exterior.

Em São Paulo, de um lado, na altura do Museu de Arte de São Paulo (Masp), os manifestantes centraram seus discursos contra o Supremo Tribunal Federal (STF), reivindicaram o impeachment do ministro Gilmar Mendes e fizeram a defesa da Operação Lava Jato.

De outro, no extremo oposto da Avenida, na Praça do Ciclista, apoiadores do ex-presidente Lula protestaram contra sua prisão. O líder petista ainda tem mais uma condenação em primeira instância, a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação penal que envolve o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, e responde a outros seis processos.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegaram a trocar empurrões e xingamentos com um grupo de petistas na altura do Masp. Ali, os manifestantes de direita, que se intitulam como “Lobos Patriotas”, comemoravam a prisão do petista. Eles ergueram um boneco inflável do ex-presidente Lula quando começou a confusão.

Irritados, os petistas gritaram xingamentos contra o presidente Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro. A polícia foi chamada e separou os manifestantes mais exaltados. De acordo com os agentes, não há registro de feridos.

A manifestação começou no início da tarde. O grupo de direita elegeu como alvo o ministro do STF Gilmar Mendes. No final do ato, eles ergueram uma bandeira do Brasil de 100 metros de comprimento com os dizeres “impeachment de Gilmar Mendes já”.

BRUNO ROCHA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Manifestantes fizeram ato contra o STF e em apoio à Lava Jato na Avenida Paulista

 

Pixuleco na Esplanada
No Distrito Federal, os ministros do STF também foram o principal alvo dos protestos de cerca de 1 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios. Os dados são da Polícia Militar. Os manifestantes estavam com pixuleco na mão, enrolados em bandeiras do Brasil e vestidos de verde e amarelo. O grupo se reuniu por volta das 11h, mas precisou abreviar o protesto por causa da forte chuva que se aproximou ao meio-dia.

Na capital paulista, Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e candidato a presidente pelo PSol no ano passado, foi a principal liderança política a comparecer na Praça do Ciclista. Ele chamou de farsa judicial a sentença de Moro que condenou Lula.

Se a nomeação de Moro como ministro de Bolsonaro, o principal beneficiado da prisão de Lula, não é prova de uma farsa judicial, não sei mais o que é.

Guilherme Boulos, líder do MTST

Concentração na sede da PF
No início da manhã deste domingo, manifestantes contra a prisão do ex-presidente Lula se reuniram em Curitiba, no Paraná. Segundo informações divulgadas nas redes sociais, o grupo seguiu em direção à sede da Polícia Federal (PF), onde Lula está preso há exatamente um ano.

O PT e aliados realizaram neste domingo uma manifestação contra a prisão em frente à sede da PF em Curitiba. Às vésperas, o protesto foi liberado com restrições pela Justiça Estadual do Paraná, que desde o dia 21 de fevereiro voltou a proibir “todo e qualquer ato ostensivo de manifestação (pró ou contra Lula)” nas ruas do bairro onde está a PF.

Nomes fortes na sigla, como o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), se juntaram aos manifestantes.

Nas redes sociais, o PT divulgou imagens de atos favoráveis a Lula também na África do Sul, França, Argentina, Austrália, Alemanha, República Dominicana, Espanha, Portugal, Áustria e Inglaterra.

Em caráter excepcional, o Tribunal de Justiça autorizou as manifestações nos arredores da PF. A Polícia Militar faz pontos de bloqueios e permite o ato, com algumas restrições.

A Polícia Militar teve ordem do desembargador Fernando Paulino da Silva Wolff Filho, do Tribunal de Justiça do Paraná, para prender manifestantes que desrespeitarem a zona delimitada. Antes tranquilo, o bairro virou área de litígio e tensão desde a chegada de Lula.

Moradores querem manifestantes longe
Uma parte dos moradores, a prefeitura e entidades de apoio à Lava Jato pedem a remoção do grupo autointitulado Vigília Lula Livre, que se concentra em um terreno de esquina alugado na frente da PF – onde foram montadas tendas e barracas – e em quatro outros imóveis alugados. Diariamente, os participantes gritam “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite” ao ex-presidente.

Atos pró-Lula aconteceram em diversas cidades brasileiras.  A favor da prisão do ex-presidente, o movimento Vem Pra Rua também organizou protestos neste domingo em várias cidades do país.

No Rio de Janeiro, reunido na orla de Copacabana, o movimento Vem pra Rua pediu a manutenção das prisões em segunda instância e defendeu a Operação Lava Jato.

Mais tarde, também em Copacabana, um ato pediu a libertação do petista. Na manifestação do Vem pra Rua,  a maioria dos manifestantes vestia verde e amarelo e carregava bandeiras do Brasil. Uma imensa faixa com os dizeres “Lava Jato” foi estendida na pista da Avenida Atlântica, onde ocorreu o protesto.

Neste domingo, Lula assinou um artigo para o jornal Folha de S.Paulo onde repete a narrativa de que foi injustiçado pela Lava Jato para ser impedido de se candidatar novamente à Presidência em 2018.

Lula cobra prova
“Os mais renomados juristas do Brasil e de outros países consideram absurda minha condenação e apontam a parcialidade de Sergio Moro, confirmada na prática quando aceitou ser ministro da Justiça do presidente que ele ajudou a eleger com minha condenação. Tudo o que quero é que apontem uma prova sequer contra mim”, cobrou o ex-presidente.

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