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Grupo faz protesto contra Lula em Congonhas onde ex-presidente está depondo

Já em frente à casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, houve até pancadaria entre os manifestantes

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RODRIGO FÉLIX LEAL/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
PROTESTO CONTRA O EX-PRESIDENTE LULA EM FRENTE À PF EM CURITIBA.
1 de 1 PROTESTO CONTRA O EX-PRESIDENTE LULA EM FRENTE À PF EM CURITIBA. - Foto: RODRIGO FÉLIX LEAL/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Um grupo de oito pessoas se concentra neste momento em frente ao Pavilhão de Autoridades para protestar conta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-aeroviário André Colosimo, atualmente desempregado, foi o primeiro a chegar ao local. Ele carrega bonecos infláveis de Lula e da presidente Dilma Rousseff, e usa uma máscara do policial federal Newton Ishii.

Há instantes, na sequência, outras pessoas chegaram ao local, de posse de cartazes em favor do juiz Sérgio Moro e entoando gritos contra o ex-presidente Lula. No grupo está a ex-procuradora do Distrito Federal, Beatriz Kicis, que disse ter se aposentado há um mês e meio para criar o Instituto Resgata Brasil.

“Estou aqui para soltar a voz de alegria pelo fato de o Lula estar depondo“, disse. “Também estou aqui para dar força ao juiz Sérgio Moro”, complementou Beatriz, para em seguida convocar a população para ocupar as ruas no próximo dia 13.

Apesar da presença do grupo Em frente ao Pavilhão de Autoridades, localizado ao lado do Aeroporto de Congonhas, o clima no local é de tranquilidade. Os manifestantes incitam motoristas que passam no local a buzinarem como forma de protesto ao ex-presidente.

Pancadaria
Uma pancadaria teve início por volta das 9h45 desta sexta-feira (4/3), em frente à casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O clima de tensão se acirrou quando manifestantes pró e contra Lula e o PT começaram a se agredir verbalmente, usando palavras e expressões racistas como “macaco”, entre outras.

Nesse momento, as agressões passaram a ser físicas, com troca de chutes e socos entre os manifestantes.

A Polícia Militar presente ao local desde o início da manhã, tentou afastar os agressores. Porém, um deles acabou ferido e foi encaminhado num camburão ao pronto socorro do Hospital de São Bernardo do Campo.

Outras agressões já ocorreram no local, onde os manifestantes estão reunidos desde cerca das 6h da manhã, mas sem maiores consequências até o momento.

O clima de tensão continua e as pessoas seguem reunidas, no aguardo de informações do futuro paradeiro de Lula.

PT nas ruas
Políticos do PT de São Bernardo do Campo também estão presentes à manifestação que acontece em frente à residência do ex-presidente. “Estão rasgando a Constituição e essa deveria ser uma tristeza de todo o povo brasileiro”, disse, chorando, a deputado estadual (PT) Ana do Carmo, que está no local desde cerca de 8 horas.

Já o presidente da Câmara Municipal, José Luiz Ferrarezi, que também chegou cedo, acabou se envolvendo num confronto, na tentativa de apaziguar os ânimos. Depois de ser agredido, ele está se dirigindo à delegacia, onde fará um boletim de ocorrência.

O movimento a favor e contra o ex-presidente Lula continua crescendo em São Bernardo. Os manifestantes presentes ao local proferem palavras de ordem, tal qual torcidas de futebol num estádio e, no momento, a política consegue manter a situação sob controle.

Em São Paulo, dezenas de militantes do PT que estavam reunidos na sede nacional do partido foram para o aeroporto de Congonhas “defender” o ex-presidente Lula, que presta depoimento no local

O movimento é uma resposta a um vídeo postado pelo presidente do PT, Rui Falcão, no qual ele convoca os militantes petistas a promoverem uma “vigília” nos diretórios da legenda. Os militantes hostilizaram jornalistas da Rede Globo e entoaram palavras de ordem contra o golpe

“Acredito que haverá uma radicalização da luta política. O que aconteceu no dia de hoje foi grave. O Lula nunca se recusou da dar esclarecimentos. Houve uma armação, um espetáculo. Estão cutucando onça com vara curta. Querem transformar Brasil em uma Venezuela”, disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), vice-líder do governo na Câmara.

Preocupação
Os primeiros sinais de confronto entre militâncias pró e contra o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, principalmente em São Paulo, deixou a cúpula militar “muito preocupada”. Integrantes do Alto Comando das Forças Armadas defenderam que “as pessoas que têm responsabilidade de mobilização têm de exercê-la, no sentido de manter o País nos rumos do limite da normalidade social”.

As afirmações são feitas pela preocupação com a incitação que poderá ocorrer pelas mídias sociais, por líderes petistas ou não petistas, incentivando confrontos ou violência por causa da nova fase da Operação da Polícia Federal, que fez buscas na casa de Lula, seus filhos e no Instituto Lula, e levou o ex-presidente para depor à PF.

Há um temor de que, ao longo do dia, os ânimos sejam acirrados e a tranquilidade de grandes cidades seja abalada. Por isso mesmo, os militares dizem que esperam, ainda, que os governadores dos Estados estejam preparados e prontos para impedir que ocorram atos de violência. “Nos preocupa muito que haja radicalismos e esperamos que não submetam a população ao enfrentamento em clima de radicalismo e truculência, que só vão gerar violência e não vão construir ou encontrar solução”, comentou um oficial-general do Alto Comando das Forças Armadas.

A palavra de ordem para os militares é “legalidade” e “pacificação”, além de acompanhamento da situação nos mais diversos pontos do País. A maior preocupação é que, em confronto dessa natureza, todos sabem como começa, mas não se sabe como termina. “As pessoas de responsabilidade têm de ter consciência de que este é um fato judicial”, disse um oficial-general. “Nós não podemos transformar o Brasil em um País de nós contra eles, por conta de um processo que sempre vai deixar para as pessoas a possibilidade de se defenderem e saírem incólumes, defendidas, se este for o caso”, prosseguiu o militar.

A torcida, na área militar, é pela “manutenção da estabilidade e da paz social”, comentou outro oficial-general, lembrando que seria muito importante que as lideranças partidárias, sindicais e de todos os segmentos não alimentem o confronto entre as pessoas.

 

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