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Greenwald defende usar material hackeado: “Não só pode como deve”

Jornalista norte-americano foi indagado se não era questionável utilizar mensagens obtidas por meio de um crime – a invasão de celulares

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Glenn Greenwald no Roda Viva
1 de 1 Glenn Greenwald no Roda Viva - Foto: Reprodução

O jornalista norte-americano Glenn Greenwald afirmou, na noite desta segunda-feira (02/09/2019), durante entrevista ao vivo no programa Roda Viva, da TV Cultura, que jornalistas “não só podem como devem” utilizar material recebido derivado de um crime em caso de interesse público – no caso, a invasão de aplicativos de mensagens e a cópia (e posterior vazamento pelo site The Intercept Brasil e veículos parceiros) de diálogos entre procuradores da Operação Lava Jato e o então juiz e hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

Greeenwald usou um exemplo clássico desse dilema que ocorreu nos Estados Unidos no início da década de 1970, o caso dos chamadso Pentagon Papers (Papéis do Pentágono). Na época, um funcionário do Pentágono (responsável pela área militar do país), chamado Daniel Ellsberg, copiou e retirou clandestinamente um conjunto ultrasecreto de documentos de 14 mil páginas que revelava como o governo dos Estados Unidos agiu no planejamento interno e em relação à sociedade norte-americana sobre a Guerra do Vietnã.

O nome foi dado pelo jornal The New York Times, a quem parte deste documento foi entregue em 1971, após ser retirado clandestinamente dos arquivos do governo norte-americano por um funcionário do Pentágono, Daniel Ellsberg.

O governo dos EUA acusou Ellsberg de prejudicar a segurança nacional, quis prendê-lo e tentou nos tribunais impedir a publicação do material pelo NYT e por outros jornais que depois se juntaram ao esforço. A Suprema Corte decidiu que era inconstitucional barrar a divulgação das informações.

“Hoje, Daniel Ellsberg é visto como um herói”, afirmou Greenwald.

O programa
As declarações de Glenn Greenwald, um dos fundadores do site The Intercept Brasil, foram dadas nesta segunda-feira (02/09/2019) durante o programa Roda Viva, transmitido ao vivo pela TV Cultura.

O programa é comandado pela jornalista Daniela Lima e na bancada de sabatina nesta segunda está a diretora-executiva do Metrópoles, Lilian Tahan. Também fazem perguntas André Vieira, do Valor Econômico; Gabriel Mascarenhas, de O Globo; e Felipe Recondo, do site Jota. O cartunista Paulo Caruso é o responsável pelas charges durante a entrevista.

Histórico
Em 9 de junho deste ano, Glenn Greenwald publicou conversas privadas dos procuradores da Lava Jato e do então juiz Sergio Moro. O caso impactou o cenário político brasileiro e levou à prisão hackers do interior de São Paulo. O americano vive há 14 anos no Brasil e é casado com o deputado federal David Miranda (PSol).

Greenwald é jornalista, advogado constitucionalista e autor de quatro livros entre os mais vendidos do The New York Times na seção de política e direito. As reportagens produzidas por ele a partir de um acervo retirado ilegalmente da Agência de Segurança Nacional (NSA) para o jornal The Guardian receberam o Prêmio Pulitzer de 2014 na categoria Serviço Público.

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