Greenfield envia a desembargador dados sobre investigações contra Guedes
Ofício foi enviado após o magistrado suspender as apurações envolvendo o ministro da Economia e supostas irregularidades em fundos de pensão
atualizado
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A força-tarefa Greenfield, do Ministério Público Federal (MPF), enviou nesta segunda-feira (17/8) ao desembargador federal Ney Bello Filho um ofício esclarecendo informações a respeito dos dois procedimentos de investigação criminal conduzidos pela operação, envolvendo o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Na última sexta-feira (14/8), o andamento das investigações foi suspenso pelo magistrado por 40 dias, após habeas corpus apresentado pela defesa do ministro.
Os procuradores vinham investigando as possíveis ocorrências de gestão temerária e fraudulenta, utilizando recursos financiados por fundos de pensão. No entanto, os advogados afirmaram que a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) teria concluído não haver irregularidades na gestão dos fundos de investimento sob responsabilidade, entre outras pessoas, de Guedes.
“O MPF alerta que, na verdade, a entidade não examinou, sequer de forma superficial, o mérito dos casos. Apenas negou-se a abrir procedimento para apurar, ela mesma, os fatos. Não é possível afirmar que a CVM tenha absolvido o impetrante”, afirma a força-tarefa.
A Greenfield informou que todos os documentos solicitados pelo ministro para que fossem juntados aos procedimentos foram incluídos. “O MPF jamais negou qualquer pedido desta natureza. Ou seja, apesar da contestação da defesa de que as declarações da CVM não foram juntadas aos autos, tal requerimento não foi realizado. Os procuradores explicam que basta fazer o pedido”.
“Dessa forma, o esforço de Paulo Guedes para arquivar a investigação sobre o investimento suspeitíssimo na empresa Enesa Participações S.A. deve ser entendido como uma tentativa de colocar para ‘debaixo do tapete’ um dano – possivelmente criminal – multimilionário, que hoje contribui para a situação delicada por que passam os maiores fundos de pensão do país”, diz a FT.