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Grampo de Lula cita Aragão, novo ministro da Justiça

O juiz federal Sérgio Moro baixou o sigilo dessas interceptações telefônicas nesta quarta-feira (16/3)

atualizado

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1 de 1 lula - Foto: Divulgação

A Polícia Federal monitorou conversas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que citam o novo ministro da Justiça Eugênio Aragão em uma conversa com Paulo Vannuchi, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Alvo da Operação Aletheia – 24 ª fase da Operação Lava Jato -, Lula é monitorado, aparentemente, tentando exercer influências no governo e na Justiça, segundo investigadores. O juiz federal Sérgio Moro baixou o sigilo dessas interceptações telefônicas nesta quarta-feira (16/3) depois da nomeação do ex-presidente para ministro da Casa Civil.

“O problema é o seguinte Paulinho, nós temos que comprar essa briga. Eu sei que é difícil, sabe. Eu as vezes até fico pensando se o Aragão deveria cumprir um papel de homem naquela porra, porque o Aragão parece nosso amigo, parece, parece, parece, mas tá sempre dizendo olha sabe, po..”, diz Lula para Vannuchi. Para os investigadores, trata-se do subprocurador Eugênio Aragão, novo ministro da Justiça.

Os dois falavam sobre contatos, sem citar nomes. Lula fala de um procurador da Lava Jato. “Aquele filho da p.. daquele procurador antes de dar a notícia da intimação para o advogado na quinta-feira, deu para a Globonews.”

“Nós vamos pegar esse de Rondônia agora vou colocar a Fátima Bezerra e a Maria do Rosário em cima dele. Saber porque eu até tirei um sarro da Clara Ant, vocês ficam procurando o que fazer, faz um movimento das mulheres contra esse filho da p, que ele batia em mulher, levava a mulher no culto religioso, deixava ela se f…, dava chibatada nela.”

Moro afirmou em sua decisão que “em alguns diálogos, fala-se, aparentemente, em tentar influenciar ou obter auxílio de autoridades do Ministério Público ou da Magistratura em favor do ex-Presidente”.

Informação privilegiada
O juiz da Lava Jato registra que Lula sabia ou desconfiava que era monitorado. “Rigorosamente, pelo teor dos diálogos degravados, constata-se que o ex-Presidente já sabia ou pelo menos desconfiava de que estaria sendo interceptado pela Polícia Federal, comprometendo a espontaneidade e a credibilidade de diversos dos diálogos.”

“Se eu não estiver preso eu vou”, afirma Lula em outra conversa com o ex-ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, um dos principais interlocutores do ex-presidente, sobre um evento em que participaria o ex-presidente. “Daqui para a frente vou defender essa coisa do PT essa coisa do petróleo.”

O juiz da Lava Jato remeteu o conteúdo referente a Lula para o Supremo Tribunal Federal (STF), após ele ser nomeado ministro da Casa Civil, nesta quarta-feira. “A interceptação foi interrompida.” O juiz registra que “alguns diálogos sugerem que tinha conhecimento antecipado das buscas efetivadas em 4 de março de 2016.” Neste dia, o ex-presidente foi alvo da Operação Aletheia e levado coercitivamente para depor. Sua casa e a dos filhos passaram por buscas.

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