Governo Temer é reprovado por 70% e aprovado por 5%, afirma Ibope
A pesquisa do segundo trimestre de 2017 foi elaborada de 13 a 16 de julho, com 2 mil pessoas entrevistadas em 125 municípios
atualizado
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O governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) foi considerado ruim ou péssimo por 70% da população, de acordo com a pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta quinta-feira (27/7) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Já 5% consideram ótimo ou bom, 21% regular e 3% não sabem ou não responderam.
Após a delação premiada do grupo JBS, a popularidade de Temer caiu fortemente entre março e julho deste ano e atingiu o nível mais baixo desde a redemocratização — iniciada pelo governo de José Sarney, em 1985. O primeiro presidente após a ditadura militar atingiu 7% de aprovação em junho e julho de 1989.
Já o governo de Fernando Collor alcançou 12%, em agosto de 1992. Dilma, por sua vez, teve 10% no fim de seu segundo mandato, interrompido em março de 2016, quando ela foi afastada do Palácio do Planalto.O porcentual de rejeição de Temer também é o mais alto registrado desde o governo Sarney. No fim de sua gestão, o ex-presidente tinha 64% de reprovação. Collor, por sua vez, alcançou 59%, enquanto Dilma teve reprovação de 70%.
A parcela que considera o governo regular caiu para 21% em julho, ante 31% na última pesquisa, divulgada em março deste ano. Os que não souberam ou não responderam sobre a avaliação do governo representaram 3% dos entrevistados.
Também pioraram as expectativas para o tempo restante do governo Temer. Aqueles que acreditam que a perspectiva é ruim ou péssima aumentaram de 52% para 65% entre março e julho. Já os que avaliam o restante do governo será ótimo ou bom diminuíram de 14% para 9%.
Os que preveem o restante do governo como regular oscilaram de 28% para 22% dos entrevistados. Outros 5% não souberam ou não responderam.
A pesquisa CNI/Ibope do segundo trimestre de 2017 foi elaborada de 13 a 16 de julho, com 2 mil pessoas entrevistadas em 125 municípios e revela a avaliação dos brasileiros sobre o desempenho do governo federal.
No último levantamento, divulgado em março, 10% dos entrevistados avaliaram o governo como ótimo ou bom, 31% como regular, 55% como ruim ou péssimo e 4% não souberam ou não responderam.
A margem de erro da pesquisa é de 2% e o nível de confiança utilizado é de 95%.
Impostos
Entre as nove áreas de atuação da gestão de Temer avaliadas pela pesquisa, a pior foi “impostos”, com 87% de desaprovação. A pesquisa foi elaborada antes de o governo federal anunciar o aumento do PIS/Cofins cobrado sobre gasolina, diesel e etanol.
Em seguida, em desaprovações decrescentes, aparecem as áreas de saúde (85%), taxa de juros, segurança pública e combate ao desemprego (as três com 84%), combate à fome e à pobreza (80%), combate à inflação (77%), educação (75%) e meio ambiente (70%).
Na pesquisa de março, as notícias mais lembradas eram sobre “discussões sobre a reforma da Previdência”, com 26%. Quatro meses depois, as mais mencionadas são em relação a “corrupção no governo” (16%), reforma trabalhista (10%), Operação Lava Jato (9%), denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer por corrupção passiva (8%) e novamente a reforma da Previdência (4%).
Também foram apresentadas, por ordem decrescente: desemprego (3%), pedido de impeachment de Temer (3%), crise política nacional (2%), manifestações nacionais (2%), prisão de Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial de Temer — flagrado recebendo R$ 500 mil da JBS — (2%), crise financeira dos Estados (2%), greves e paralisações nacionais (1%), condenação do ex-presidente Lula na Lava Jato (1%), liberação de verbas para parlamentares votarem a favor de Michel Temer (1%), rejeição da denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) (1%).Outros 5% mencionaram notícias com menos de 0,5% de citações, 10% não responderam notícia alguma e 36% não souberam ou não responderam.
Ainda de acordo com a pesquisa, 64% dos consultados percebem o noticiário como mais desfavorável ao governo, enquanto 12% acham que é mais favorável e 13% não consideram nem favorável, nem desfavorável. (Com informações da Agência Estado)