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Governo teme que derrota na comissão amplie isolamento de Dilma

A previsão é de que às 10h tenha início a reunião, na qual 25 líderes terão a palavra antes de ser encaminhada a votação

atualizado

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congresso barricada
1 de 1 congresso barricada - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Às vésperas da votação do parecer pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Comissão Especial, Brasília teve um fim de semana de reuniões estratégicas.

A base governista se concentrou em buscar votos para evitar uma derrota expressiva nesta segunda-feira (11/4) na comissão. Se isso ocorrer, avaliam governistas, poderá ampliar a percepção de fraqueza e de isolamento político da presidente Dilma.

Na outra ponta, a oposição avalia que uma boa vitória hoje na comissão, aliada aos eventos da semana passada decorrentes da Operação Lava Jato, lhe dará fôlego nesta semana decisiva.

Placar
De acordo com o Placar do Impeachment, ao menos 35 dos 65 deputados da comissão, que se reúne a partir das 10h de hoje, se declaram favoráveis ao impeachment. É necessária maioria simples.

Por isso, a expectativa da oposição e do governo é de que o impeachment comece a ser votado em plenário na sexta-feira. A votação deverá terminar no domingo. São necessários 342 votos dos 513 deputados para o impeachment ser aprovado.

Para a oposição, o momento é favorável ao impedimento e o placar na comissão vai variar de 35 a 39 votos pelo afastamento.

Previsão
Já aliados da presidente afirmam que, se houver derrota na comissão, será por uma margem de, no máximo, dois votos. O Planalto busca ao menos 30 votos favoráveis. Ontem, Dilma se reuniu com ministros para avaliar o cenário da semana.

Será um placar apertado

Previu o vice-líder do governo, deputado Paulo Teixeira (PT-SP)

“Vai ser por um placar apertado, mas vamos perder ganhando”, disse o vice-líder do governo, Silvio Costa (PT do B-PE). O governo começou a semana com pequenas vitórias que, avaliam, ajudará a obter essa margem apertada de votos desta segunda-feira.

O presidente da Comissão Especial, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), decidiu que não haverá chamada nominal, o que faz com que os votantes se manifestem apenas por meio do painel eletrônico. A oposição avaliava que a votação nominal pressionaria, sob os holofotes da oposição, os deputados a votar contra o governo.

Após conversa com o advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, que ligou para confirmar presença na sessão de hoje, Rosso – que tendia a acatar o pedido da oposição para chamada um a um – consultou o regimento e concluiu que a solicitação da oposição só poderia ser acatada se o painel estivesse indisponível.

Ausências
Além disso, foi antecipada a estratégia do governo sobre os ausentes. Se a oposição trabalha para convencer os deputados a votar “sim” ao impeachment, aliados do Planalto orientam colegas a não comparecer à sessão, se abster ou votar não. Na comissão, o deputado Washington Reis (PMDB-RJ) – um dos oito indecisos do grupo – faltará porque está internado com a gripe H1N1.

Reis disse à reportagem neste domingo (10) que em seu lugar votará Marx Beltrão (PMDB-AL), aliado do governo. A ausência de Reis foi um dos temas da reunião da oposição, que tentará garantir o voto de um suplente pró-impeachment. “A gente vai ter de correr para ver o suplente”, disse o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Rosso decidiu que só votará o suplente do bloco que registrar presença primeiro.

Integrante da comissão, Valtenir Pereira (PMDB-MT) se declarava até a véspera da votação “indefinido”. “Há uma forçação de barra no relatório e no pedido de impeachment.” Ele disse que não faltará à sessão e, se não decidir até a hora da votação, optará por se abster e tomar uma posição só em plenário.

Entre os oposicionistas, o cenário político da semana é visto com otimismo. “Estamos em ascensão”, disse o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA). A divulgação de trechos da delação do ex-executivo da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo foi um dos fatores que teriam ajudado a convencer parlamentares indecisos a defender o afastamento.

O parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recomendando a anulação da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil também contribuiu. “Estamos muito animados”, afirmou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).

Passo a passo
Embora a data de análise do processo no plenário da Câmara ainda não tenha sido definida, a previsão é que as discussões comecem na sexta-feira (15). Lá, cada um dos representantes dos 25 partidos terá direito a uma hora de pronunciamento. Se tudo seguir nos conformes, a votação ocorre no domingo (17). Caso 342 dos 513 votem a favor do impeachment da presidente, o processo será analisado pelo Senado.

No Senado, Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), irá presidir a sessão sobre o processo de impeachment. Caso seja aprovado por maioria simples, a presidente é obrigada a se afastar por 180 dias até a decisão final. O impeachment só ocorrerá de fato se 54 dos 81 senadores votarem a favor. Com informações do G1

 

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