Governo quer aprovar Previdência no Senado em setembro, diz líder
Senador Fernando Bezerra Coelho também assegurou que o presidente Bolsonaro está disposto a conversar com a oposição para aprovar projetos
atualizado
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A reforma da Previdência, principal projeto do governo em discussão no Congresso, deve ser aprovada no Senado, em dois turnos, no mês de setembro. A avaliação é do líder do governo na Casa, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), para quem a proposta deve ser votada na Câmara, também em dois turnos, até junho. O texto teve a constitucionalidade aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara nessa terça-feira (9/4).
O líder do governo no Senado se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) na tarde desta quarta (10). Desde a semana passada abrindo espaço na agenda para receber os presidentes e líderes partidários, Bolsonaro já se reuniu com representantes de mais de uma dezena de siglas.
Até o momento, apenas o seu próprio partido, o PSL, e o Novo fecharam questão para aprovar o projeto. Juntas, as duas agremiações somam pouco mais de 60 deputados. Para o emedebista, Bolsonaro precisa manter o ritmo do diálogo com as siglas. “Política é conversa, é diálogo, é troca de impressões”, disse Bezerra Coelho.
Contudo, o senador avalia que não haverá uma “base” de apoio do governo no Congresso como se estava acostumado em governos anteriores, mas sim de apoio a uma agenda de projetos. “É um novo ciclo político”. Para ele, as siglas se identificarão pelos temas propostos. “Partidos vão votar ou não de acordo com esses interesses”, completou.
“O que estou animado é que o presidente está disposto a estar à frente dessa articulação. E isso é o que anima os seus líderes e aqueles que defendem a agenda”, pontuou Bezerra Coelho. Ele, entretanto, contrariou a sustentação da equipe do Ministério da Economia.
“Ninguém está trabalhando com números”, disse, contrastando com o discurso de economia de R$ 1 trilhão em 10 anos propagado pelo time do ministro Paulo Guedes, mas repetiu a argumentação de ataque aos privilégios, afirmando que “nunca uma reforma da Previdência nunca foi tão dura nessa questão”.
Oposição
Questionado se Bolsonaro também estaria disposto a dialogar com a oposição, o senador disse sim. Segundo ele, o presidente fez questão de convidar o oposicionista Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para a inauguração de um aeroporto no Amapá, agenda que cumprirá nesta sexta ao lado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O senador da Rede, contudo, disse que não recebeu o convite citado.
“Então, o diálogo com a oposição também vai ocorrer. E sobretudo na discussão dessas reformas que estão no Congresso Nacional. Se depender da minha opinião, eu acredito que o presidente tem que falar com todos os partidos”, completou o líder no Senado, dizendo ainda que acredita que Bolsonaro está aberto ao diálogo com todos.
Conselho
Questionado pelo Metrópoles sobre a sugestão do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) para a criação de um conselho composto por presidentes e líderes partidários, Fernando Bezerra Coelho disse que a ideia ainda está em desenvolvimento.
A ideia, afirmou ele, é que Bolsonaro se reúna com os líderes dos partidos que se identificam com a agenda do governo para ouvi-los. Ainda não houve avanço no tema, mas a primeira conversa foi “toda muito positiva”. A criação do colegiado depende da definição de uma agenda, como sugerido pelo presidente do MDB do senador, para estabelecer quais serão os próximos projetos do Planalto após a Previdência.