metropoles.com

Governo prepara decreto que restringe exclusão de conteúdo das redes

A minuta da Secretaria Especial de Cultura atribui à Secretaria Nacional de Direitos Autorais a responsabilidade de fiscalizar plataformas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Lançamento do Programa Gigantes do Asfalto no palácio do Planalto com o presidente bolsonaro 14
1 de 1 Lançamento do Programa Gigantes do Asfalto no palácio do Planalto com o presidente bolsonaro 14 - Foto: null

O governo federal elabora decreto que proíbe redes sociais de excluírem conteúdos disponibilizados pelos usuários das plataformas. A minuta, datada de 13 de maio, é assinada pelo ministro do Turismo, Gilson Machado, e endereçada aos ministros Fábio Faria (das Comunicações), Marcos Pontes (da Ciência, Tecnologia e Inovações) e Anderson Gustavo Torres (da Justiça e Segurança Pública).

Convertido em decreto a ser assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o documento a alteraria o Decreto nº 8.771/2016, que regulamenta o Marco Civil da Internet, a Lei nº 12.965/2014. Fica evidente, na minuta, a intenção evitar que as redes apaguem conteúdos.

“Com efeito, se o provedor não pode ser responsabilizado pelo conteúdo colocado em sua plataforma, não pode também retirar o conteúdo utilizando como justificativa os termos de uso, independentemente do disposto no ordenamento jurídico pátrio”, argumenta Machado.

SEI_53115.012742_2021_90-1 by Tacio Lorran Silva on Scribd

A Secretaria Especial de Cultura determina que a Secretaria Nacional de Direitos Autorais fiscalize e apure supostas “infrações praticados por provedores de aplicações de internet” a conteúdos e contas protegidos por direitos autorais.

Se aprovado, o decreto pode gerar advertências, sanções e multas de até 10% do faturamento da empresa, no Brasil.

O Metrópoles questionou o Ministério do Turismo acerca da medida, mas até a última atualização desta reportagem não obteve resposta.

Retaliação por publicações apagadas

A elaboração do documento pode ser motivada por políticas utilizadas pelas redes sociais para justificar o apagamento de várias postagens – não só do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas também de membros do governo.

Redes como Facebook, Twitter e YouTube deletaram publicações do chefe do Executivo, em sua maioria, com a explicação de discurso falso acerca da Covid-19, vírus responsável pela morte de mais de 440 mil brasileiros.

Só em 2021, o YouTube apagou pelo menos quatro vídeos do presidente. A plataforma alega que atualizou a política de informação médica acerca da Covid-19, e que, por isso remove vídeos que propagam ou incentivam a utilização de tratamentos cientificamente ineficazes contra o vírus.

“Atualizamos nossas políticas de informações médicas incorretas sobre a Covid-19. Com isso, ao menos que haja contexto educacional, documental, científico ou artístico suficiente, a plataforma passou a remover vídeos que recomendam o uso de ivermectina ou hidroxicloroquina para o tratamento ou prevenção da Covid-19, fora dos ensaios clínicos, ou que afirmam que essas substâncias são eficazes e seguras no tratamento ou prevenção da doença”, disse o YouTube em nota.

Em suas diretrizes, a plataforma afirma que “também não é permitido o envio de conteúdo que dissemine informações médicas incorretas, que contrariem as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS)”.

No dia 29 de março, foi a vez de o Twitter apagar dois posts do presidente. Segundo a empresa, as postagens foram deletadas por violarem as regras da rede social. Nas gravações, Bolsonaro falava sobre o sucesso no uso de cloroquina contra o coronavírus e manifestava-se contrariamente ao isolamento social.

Em 2020, o Facebook também apagou vídeos em que Bolsonaro anunciava a “cura para o novo coronavírus”. O motivo da remoção dos vídeos foi a afirmação do presidente de que a cloroquina seria a cura para a pandemia global – o que já foi desmentido, diversas vezes, por instituições e órgãos de saúde.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?